Criança indígena é primeira a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil Divulgação

São Paulo - Davi, 8 anos, da etnia Xavante, foi a primeira criança a receber a vacina pediátrica da Pfizer no Brasil. O menino recebeu a primeira dose do imunizante nesta sexta-feira (14) durante um evento no Hospital das Clínicas, na área central de São Paulo. Além dele, outras sete crianças com comorbidades foram vacinadas. 


O evento ocorreu no mesmo hospital onde a enfermeira Mônica Calazans recebeu, há quase um ano, em 17 de janeiro de 2021, a primeira dose de vacina contra covid no Brasil. À época, ela foi imunizada com Coronavac, do Instituto Butantan, do governo de São Paulo - o medicamento havia sido liberado naquele mesmo dia pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A cerimônia de hoje repetiu o jogo político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que novamente se antecipou ao governo federal e iniciou a imunização dessa nova faixa etária assim que as doses da vacina foram liberadas pelo Ministério da Saúde. A Anvisa autorizou em 16 de dezembro a vacina anticovid pediátrica da Pfizer, para crianças de 5 a 11 anos.
'Governo desumano'
No evento, Doria voltou a criticar o governo federal, desta vez, pelo "retardamento" no início da vacinação de crianças. O pré-candidato à Presidência da República afirmou que "um governo que retarda a vacina para crianças, por princípios ideológicos, é um governo desumano".

Doria avaliou que, se a imunização das crianças tivesse começado em dezembro, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o aval para a iniciativa, todas as crianças do País já estariam vacinadas com ao menos uma dose.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, já havia se colocado contra a imunização dessa faixa etária. Seguindo a linha do presidente, o Ministério da Saúde criou dificuldades para dar o início ao processo.

"Lamentável atitude, e eu lamento como governador, como pai, como cidadão e como brasileiro, as postergações feitas pelo governo federal, através do Ministério da Saúde, estabelecendo retardamento desnecessário ao início desta vacinação", acrescentou Doria, durante entrevista coletiva no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Elogio a Barra Torres

Doria também fez acenos à Anvisa ao elogiar a resposta do chefe da Agência, Antônio Barra Torres, ao presidente Bolsonaro. "Quero fazer um novo registro de cumprimentos à Anvisa", afirmou

Citando Barra Torres, o tucano parabenizou o almirante pela "conduta, seriedade e postura" que ele vem adotando "especialmente nos últimos meses".

No último dia 8, Barra Torres divulgou uma nota para cobrar de Bolsonaro uma retratação pelas insinuações do presidente de que a agência teria "interesses" na aprovação da imunização de crianças.
 
*Com informações do Estadão Conteúdo