Dose de reforço da CoronaVac pode neutralizar variantesReprodução

Uma pesquisa divulgada pela revista Emerging Microbes & Infections apontou que a terceira dose da CoronaVac protege não só contra a cepa original do SARS-CoV-2, mas também contra as variantes alfa, beta e delta. Publicado em novembro, o estudo foi conduzido por cientistas chineses do Instituto de Biomedicina da Academia Chinesa de Ciências Médicas.
Os pesquisadores avaliaram a capacidade de proteção contra as variantes alfa, beta e delta em amostras de sangue de 53 pacientes vacinados com a CoronaVac e de 12 modelos animais, decorridos 14 dias após a dose de reforço – administrada oito meses depois da segunda dose.
A taxa de soroconversão excedeu 90% e os anticorpos presentes nos soros foram capazes de neutralizar as variantes, apesar de terem diminuído até 5,6 vezes contra essas cepas em relação à original.
Em etapa anterior da pesquisa, seis dos 53 voluntários tiveram amostras coletadas aos cinco, sete e 14 dias após a dose de reforço, para a detecção de anticorpos IgG, anticorpos neutralizantes e resposta de células T de memória contra a cepa original do SARS-CoV-2.
Os anticorpos IgG e os anticorpos neutralizantes aumentaram gradualmente após cinco dias e a taxa de soroconversão atingiu 100% em 14 dias. A resposta de células T também se mostrou rápida.
“Os achados indicam que, embora os anticorpos neutralizantes diminuam com o tempo após duas doses, a resposta de anticorpos pode ser despertada rapidamente com a terceira dose e a memória imunológica das células T ainda está ativa”, informam os autores.
Os cientistas acrescentam que é essencial continuar analisando a persistência da imunidade e a efetividade da dose de reforço das vacinas, conduzindo ensaios clínicos de longo prazo.