Brasília - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta quarta-feira, 16, a lista de perguntas elaboradas pelas Forças Armadas sobre o processo eleitoral. Os documentos deveriam permanecer sob sigilo, mas diante dos vazamentos parciais, Corte decidiu divulgar o conteúdo na íntegra.
A divulgação surge no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar em dúvida o processo de preparação das eleições. Em transmissão ao vivo na semana passada, o presidente disse que os militares identificaram "diversas vulnerabilidades" nas urnas eletrônicas.
"A decisão de divulgação do material foi tomada em conjunto pelo presidente, ministro Luís Roberto Barroso, e pelos futuros presidentes, Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes, levando em conta que as informações prestadas às Forças Armadas a respeito do processo eletrônico de votação são de interesse público e não impactam a segurança cibernética da Justiça Eleitoral", reforçou o TSE.
Entre as mais de 70 indagações, os militares questionaram o órgão a respeito da possibilidade das urnas apresentarem defeito, dos votos serem anulados por falha na mídia eletrônica e o resultado da eleição ser decidido por margem estreita de votos. Na resposta, o TSE diz que, "na remota hipótese de impossibilidade de recuperação dos votos" e "num cenário em que os votos perdidos (anulados) façam diferença para a determinação do resultado", um novo pleito pode ser convocado para corrigir os problemas.
Em um dos itens, as Forças Armadas questionam qual foi o cálculo realizado pelo TSE para chegar ao número de 234 urnas a serem submetidas ao teste de integridade. Na resposta, a órgão explica que um estudo estatístico atestou que a quantidade de urnas testadas por unidade da federação é representativa.
Militares também questionaram sobre o motivo de incluir no novo modelo da urna uma porta USB adicional e se isso poderia fragilizar a segurança do aparelho. Sobre a questão, o TSE informou que a urna só reconhece aparelhos previamente conectados e identificados. "Caso seja identificado um dispositivo não conhecido em qualquer porta, o sistema operacional da urna desliga a alimentação da porta USB", diz a Corte.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.