Ao divulgar o balanço com os números da pandemia de Covid-19, a Fiocruz reiterou a importância da vacinação no combate à doença Erasmo Salomão/Ministério da Saúde
Outra questão ressaltada é a do distanciamento físico, que voltou ao centro da atenção no momento atual, posterior ao feriado de carnaval. "O aumento de casos, mesmo entre vacinados, aumenta a demanda de hospitalizações e possivelmente os óbitos. Atualmente, o ideal é voltarmos ao padrão do início da pandemia, quando recomendávamos fortemente o uso de máscaras, higienização de mãos e evitar as aglomerações”, explicam eles.
De acordo com a Fiocruz, as variantes anteriores e mais recentemente a Ômicron deixaram como legado para a ciência e a saúde o aprendizado de que é fundamental um esquema vacinal completo, incluindo a terceira dose, quando for o caso, para a maior proteção da população. O Boletim destaca que, durante a onda da Ômicron, os países que tinham maiores parcelas da população com dose de reforço apresentaram uma redução substancial das hospitalizações, mesmo com alta no número de casos de Covid-19.
Com metade dos óbitos ocorrendo em pessoas com no mínimo 78 anos, que possuem maior vulnerabilidade às formas graves e fatais da Covid-19, os pesquisadores defendem ainda a necessidade de aplicação de uma quarta dose neste grupo, seis meses após a aplicação da dose de reforço. Porém, ao mesmo tempo em que casos graves são mais concentrados nas idades mais avançadas, cresce a contribuição de grupos mais jovens, principalmente de crianças, no quantitativo total de número de casos, como aponta o Boletim.
Casos e mortes
Os dados referentes às duas últimas Semanas Epidemiológicas (SE), de 20 de fevereiro a 5 de março, confirmam a tendência de queda nos indicadores de incidência e mortalidade por Covid-19. O documento aponta que houve um decréscimo de 48% em relação aos casos diários das duas semanas anteriores (de 6 a 19 de fevereiro) e uma redução de 33% no número de óbitos por Covid-19 no mesmo período.
Leitos de UTI para Covid-19
Os dados relativos às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS obtidos entre 7 e 8 de março confirmam a tendência de melhora no indicador verificada nas semanas anteriores. As duas Unidades Federativas que se encontravam na zona crítica (taxas iguais ou superiores a 80%) no dia 21 de fevereiro saíram da zona de alerta (taxas inferiores a 60%). A tendência foi semelhante à que ocorreu em nove Unidades da Federação que estavam em zona de alerta intermediária e passaram a estar fora da zona de alerta.
O único estado que se manteve na zona de alerta foi Santa Catarina, que apresentou um aumento de 19 pontos percentuais, passando de 60% de taxa de ocupação de leitos, em 21 de fevereiro, para 79% em 8 de março. Em 11 Unidades da Federação, as taxas caíram de forma bastante expressiva, em torno de 20 pontos percentuais ou bem mais: Acre (60% para 40%), Amapá (40% para 24%), Bahia (58 para 31%), Ceará (58% para 36%), Distrito Federal (100% para 56%), Mato Grosso do Sul (82% para 44%), Mato Grosso (63% para 32%), Paraná (67% para 43%), Rio Grande do Norte (49% para 28%), Sergipe (78% para 49%) e Tocantins (65% para 26%).
Entre as capitais com taxas divulgadas, a cidade do Rio de Janeiro pode ser considerada dentro da zona de alerta crítico, com 87% dos seus leitos UTI Covid-19 ocupados para adultos; ou fora da zona de alerta com 4,7% dos leitos ocupados por pacientes com Covid-19 ativa, a depender do indicador utilizado, uma vez que os dados do estado são desagregados. Quatro capitais encontram-se em alerta intermediário: Salvador (61%), Vitoria (67%), Goiânia (73%) e Porto Alegre (65%).
Incidência de SRAG
As Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) permanecem em tendência de redução do número de casos no país, com uma taxa de incidência avaliada, pela média móvel, em 1,7 casos por 100 mil habitantes, o que é ligeiramente inferior aos valores observados em novembro de 2021, pouco antes do crescimento de ocorrências devido à variante Ômicron. Os registros de SRAG correspondem a casos graves de infecções por vírus respiratórios que levam à hospitalização ou óbito. Dentre esses registros, predominam os casos de Covid-19 (87,4% dos casos positivos) nas últimas quatro semanas.
Todas as faixas etárias tiveram redução das incidências nas últimas semanas, com exceção das crianças até 11 anos de idade. Os pesquisadores observam que estes casos em crianças também incluem infecções por outros vírus respiratórios e podem estar relacionados ao período de volta às aulas. No quadro geral, a taxa de incidência se mantém acima de um caso por 100 mil habitantes, o que ainda é considerada alta.
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