Senador Alessandro Vieira Roque de Sá/Agência Senado

O senador Alessandro Vieira (SE) anunciou neste sábado, 12, sua desfiliação do Cidadania, partido pelo qual era pré-candidato à Presidência da República. Como principal motivo de sua saída, o parlamentar apontou a permanência de Roberto Freire como presidente nacional da legenda, algo que, segundo ele, vai contra seu compromisso com a "renovação política".
"O Brasil exige renovação na política e o Cidadania responde mudando seu estatuto e garantindo a permanência de Roberto Freire por 34 anos na presidência. Por evidente incompatibilidade, manifesto minha desfiliação do partido. A democracia exige espírito público e desprendimento", afirmou o senador, que não informou para qual sigla pretende migrar.
Ao Estadão, Roberto Freire afirmou que lamenta a saída de Alessandro Vieira e deseja que ele "seja feliz". Em congresso do partido no sábado, ele foi eleito para continuar dirigindo a legenda. "(Alessandro Vieira) foi o único que se retirou do partido e não votou no diretório que foi eleito por unanimidade", disse.
Federação
Recentemente, o Cidadania selou acordo para uma federação com o PSDB, que tem como seu pré-candidato à Presidência o governador de São Paulo, João Doria. O "casamento" com os tucanos, na prática, tinha potencial para inviabilizar uma futura candidatura do senador ao Planalto, uma vez que ambas as legendas terão de unificar a chapa na disputa. Vieira resistia ao acordo com os tucanos, divergindo de Freire. Ele, porém, disse que acatava a decisão da maioria do partido, mas queria regras claras para a união partidária e definição do candidato presidencial.
O senador por Sergipe é o segundo quadro a sair do partido em uma semana. Na última segunda-feira, a senadora Leila Barros (DF) anunciou sua desfiliação em razão da união com o PSDB. Segundo a parlamentar, a federação compromete as negociações para a eleição no Distrito Federal, onde ela pretende disputar o governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.