Ciro Gomes (PDT) critica Boulos (PSOL) por aliança com Lula (PT) e Alckmin (sem partido)Marcelo Camargo/Agência Brasil

O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) questionou a postura de Guilherme Boulos (PSOL), definido por ele como "alguém que fala em socialismo", de apoiar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro e, por consequência, o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido), provável vice da chapa petista. "Não adianta ser crítico de goela e depois vai lá e apoia, faz campanha", disse o pedetista. "Crítico sou eu, que não voto mais em bandido nem a pau, nem que me ponha a faca no pescoço". A declaração foi feita durante um seminário sobre corrupção promovido pelo PDT nesta segunda-feira, 14, em São Paulo.
Ciro também criticou o fato de Boulos e o ex-governador serem antigos adversários do mesmo estado e estarem juntos agora. Boulos é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato do PSOL ao governo paulista. Antes de Alckmin ser cogitado para vice de Lula, o ex-tucano chegou a cumprir agenda de pré-candidato ao governo de São Paulo e chegou até mesmo a liderar a disputa.
O próprio Boulos já fez duros ataques ao ex-governador, que estava à frente do estado em 2012, na desocupação da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A ação da polícia militar deixou ao menos dez feridos e 30 pessoas presas. Ainda assim, ao lado do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, o líder do MTST é o principal articulador do partido pelo apoio à campanha de Lula. Apesar da contrariedade em relação a Geraldo Alckmin, a sigla está disposta a ceder nesse quesito em nome de uma "frente ampla" contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em artigo publicado na imprensa na semana passada, Boulos afirmou que vê no petista a pessoa com maior capacidade de unir forças contra o atual chefe do executivo.