ENEM terá questões discursivas e segunda fase será sobre área de conhecimento escolhidaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasília - O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta segunda-feira, 14, um parecer que sugere novas regras para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2024. O objetivo da mudança, segundo o Ministério da Educação, é adequar a prova ao Novo Ensino Médio, em vigor desde o início deste ano.

O documento recomenda que o Enem seja dividido em duas etapas com questões discursivas e de múltipla escolha. Na primeira fase, os candidatos devem escrever uma redação e responder a perguntas sobre formação geral, sem divisões por área de conhecimento.

Na segunda, os estudantes devem responder perguntas sobre as áreas de conhecimento escolhidas de acordo com o curso superior desejado. Nesta fase, também serão avaliadas as habilidades e competências desenvolvidas ao longo do ensino médio.

Segundo a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro, as instituições de nível superior serão as responsáveis por determinar qual área de conhecimento abrangem cada curso.

Entre as opções estão quatro grupos. O primeiro é formado por linguagens, ciências humanas e sociais aplicadas, o segundo por matemática e ciências da natureza e suas tecnologias, enquanto o terceiro é composto por matemática, ciências humanas e sociais aplicadas. Já o quarto grupo é formado por ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas.

Em dezembro de 2021, um Grupo de Trabalho (GT), formado por representantes da sociedade civil, do CNE e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pré-aprovou o texto que trata das alterações. A decisão ainda aguarda o fim do GT.

Questões como dias das provas, uso da Teoria de Resposta ao Item (TRI) e quantas aplicações serão feitas por ano serão definidas apenas após a conclusão do GT. O Ministério da Educação informou que assim que a decisão for tomada, a sociedade será informada.
As questões de ambas as etapas cobrarão muito mais interpretação de texto do que conteúdo. Na versão de dezembro do texto, especialistas do CNE chegaram a sugerir que a prova fosse mais focada em conteúdo na segunda fase, mas o Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed) discordou da proposta. Na ocasião, o órgão alegou que o modelo ampliaria as desigualdades entre os candidatos.

Até o momento, não há informações sobre quantas questões discursivas o Enem terá. Também não se sabe como as instituições de ensino superior vão usar as notas do Enem. Algumas das opções são usar apenas a nota da primeira avaliação ou atribuir pesos diferentes para cada fase.