O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é necessária a união das forças progressistas do país para derrotar o presidente Jair Bolsonaro. Divulgação
Lula diz que evitar eleição de 'pilantras' na Câmara é a maior estratégia do PT
Segundo o ex-presidente, se a esquerda não tiver uma base forte no Congresso, dificilmente um eventual governo conseguirá avançar em pautas importantes para sua base
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 4, que a eleição de deputados estará no centro da estratégia do PT para as eleições deste ano. Com o crescimento da base governista na Câmara, o Lula disse que, ainda que vença nas eleições deste ano, se a esquerda não tiver uma base forte no Congresso, dificilmente um eventual governo conseguirá avançar em pautas importantes para sua base.
"Nós temos uma tarefa quase heróica. Uma coisa revolucionária. Quais são os deputados que vão ser eleitos na cidade em que a gente mora? Como é que a gente vai trabalhar para não deixar eleger pilantras, como a gente vai fazer para não deixar a direita ter uma maioria", disse Lula, durante reunião da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O ex-presidente também citou a nova configuração do Congresso, após as trocas feitas durante a janela partidária. Segundo ele, os partidos viraram "cooperativas" de deputados. "O que vale é a repartição do fundo eleitoral", afirmou.
A relação de Lula com o Congresso foi marcada pelo escândalo do mensalão, esquema de compra de votos de parlamentares que ameaçou derrubar o primeiro governo do petista, em 2005. A revelação feita pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB) de que congressistas recebiam uma espécie de mesada para votar a favor dos projetos do governo virou ação penal julgada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, 25 réus foram condenados.
Lula afirmou ainda que, mais difícil do que vencer as eleições neste ano, vai ser "desfazer o desmonte das instituições" realizado, segundo ele, pelo governo de Jair Bolsonaro. "Nós vamos ter que começar o governo sabendo que nós vamos ter que tirar quase oito mil militares que estão em cargos, pessoas que não prestaram concursos", declarou.
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