AGU pede que TSE arquive pedido para investigar Bolsonaro por favorecimento de pastores no MECAgência Brasil
AGU pede arquivamento do pedido de investigação contra Bolsonaro por gabinete paralelo dos pastores no MEC
Entidade argumentou que o nome do presidente foi mencionado de forma indevida no áudio de Milton Ribeiro
Brasília - A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) arquive o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, pelo suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC).
Para a entidade, houve apenas uma “menção indevida” ao nome do presidente e não existem elementos mínimos de irregularidade que possam justificar uma apuração contra Bolsonaro. Além disso, a AGU argumentou que uma ação judicial só poderia acontecer no período entre o registro das candidaturas e a diplomação dos eleitos.
O PT pediu a investigação sob a justificativa de que as possíveis irregularidades configuram abuso de poder político e econômico, o que tornaria Bolsonaro e Milton Ribeiro inelegíveis.
“Tendo em vista a ausência de qualquer fato ilícito em relação ao representado Jair Messias Bolsonaro, o reconhecimento da improcedência do pedido formulado na inicial é medida de rigor”, disse a AGU no documento apresentado.
A AGU também argumentou que o caso foi apurado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2021 a pedido do MEC e que o órgão não encontrou envolvimento das autoridades com os pedidos.
O chamado gabinete paralelo do Ministério da Educação é investigado na esfera penal. Para o procurador-geral da República, Augusto Aras, há indícios de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa.
Por enquanto, o inquérito se limita a Milton Ribeiro, servidores do MEC, pastores e prefeitos. Aras ainda não disse se Bolsonaro será investigado.
No depoimento que deu à Polícia Federal (PF), o ex-ministro da Educação confirmou que foi orientado pelo Planalto a receber os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de pedir propina para liberar recursos do MEC para os municípios. No entanto, ele negou que tenha recebido qualquer pedido ou questionamento do presidente a respeito das reuniões com os pastores.
No Senado, parlamentares tentam conseguir 27 assinaturas para pedir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
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