Presidente do Senado, Rodrigo PachecoPedro Gontijo/Senado Federal

Brasília - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), afirmou nesta quinta-feira (28) que não tem "cabimento" levantar qualquer dúvida sobre a legitimidade das eleições no Brasil. Em publicação no Twitter, um dos representantes do Congresso declarou que as instituições e a sociedade podem confiar na normalidade do processo eleitoral.
"As instituições e a sociedade podem ter convicção da normalidade do processo eleitoral. A Justiça Eleitoral é eficiente e as urnas eletrônicas confiáveis. Ainda assim, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está empenhado em dar toda transparência ao processo desde agora, inclusive com a participação do Senado", escreveu Pacheco.
"Não tem cabimento levantar qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil. O Congresso Nacional é o guardião da democracia!", completou o presidente do Senado.
A afirmação de Pacheco ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) defender uma contagem paralela de votos realizada pelas Forças Armadas. O presidente propôs um computador próprio para receber os votos com o objetivo de que os militares façam essa apuração própria. Com esse equipamento, a proposta é fazer a instalação de um "cabo" ou "duto" paralelo para que os dados da votação sejam encaminhados para um computador específico das Forças Armadas.
"Uma das sugestões é que, [com] esse mesmo duto que alimenta na sala secreta os computadores, seja feita uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador também das Forças Armadas para contar os votos no Brasil”, disse ele.
Além disso, Bolsonaro disse que a possível suspeita dos resultados eleitorais poderia acontecer em relação à disputa presidencial e legislativa."Não pensem que uma possível suspeição de uma eleição vai ser apenas no voto para presidente, vai entrar para o Senado, a Câmara, se tiver, obviamente, algo de anormal", declarou Bolsonaro.
Segundo Bolsonaro, os votos das eleições são apurados em uma "sala secreta" do TSE, que no local “meia dúzia de técnicos dizem ali no final: 'Olha, quem ganhou foi esse'". No ano passado, o tribunal já havia informado que os votos não são apurados de forma secreta em uma sala do órgão.
O presidente afirmou esperar que "nos próximos dias" o TSE responda a sugestão dos militares. "A gente espera que nos próximos dias o nosso Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas — porque eles nos convidaram, e nós aceitamos. Estamos colaborando com o que há de melhor entre nós, e essas sugestões todas foram técnicas. Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições. Mas precisamos de ter uma maneira — e ali nessas nove sugestões existe essa maneira — para a gente confiar nas eleições", disse Bolsonaro.

O presidente também voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso. Isso depois de um período de pacificidade diante das instituições brasileiras. Ex-presidente do TSE, Barroso disse na semana passada que as Forças Armadas têm sido usadas para enfraquecer o processo eleitoral brasileiro.