Arthur do ValReprodução

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira, 17, a cassação do mandato do, agora, ex-deputado Arthur do Val (União Brasil), mesmo após seu pedido de renúncia, apresentado no dia 20 de abril. A medida, segundo a Lei da Ficha Limpa, representa a perda de todos os direitos políticos, incluindo o de se candidatar, por pelo menos 8 anos.
O colegiado, que se reuniu no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp, aprovou a cassação por 73 votos a favor e nenhum contra. O processo disciplinar contra Do Val foi aberto por conta dos áudios nos quais ele diz, entre outras coisas, que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres". Eram necessários ao menos 48 votos dos 94 deputados para que a solicitação fosse aprovada.
A defesa do ex-parlamentar, conhecido como Mamãe Falei, acreditava que, com a renúncia, o processo poderia não ir para votação em plenário, mas esse argumento foi rejeitado na Alesp. Do Val deve recorrer à Justiça.
Na época da renuncia, Do Val afirmou que estaria abrindo mão do cargo em respeito aos seus eleitores.
"Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim, para que não vejam seus votos sendo subjugados pela Assembleia. Mas não pensem que desisti, continuarei lutando pelos meus direitos"
Entenda o caso
No dia 4 deste mês veio a público aúdios em que o deputado Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei, dispara falas de teor sexista sobre mulheres ucranianas. Nas mensagens, compartilhadas em um aplicativo, o político chega a comentar que as ucranianas são "fáceis porque são pobres".
Em outro momento, o parlamentar afirma que a fila da melhor balada do Brasil "não chega aos pés" da fila de refugiadas, cita uma tática de Renan Santos, dirigente do MBL e seu companheiro de viagem para se relacionar com mulheres loiras no exterior - a "tour de blond" - e diz que seria capaz de limpar o ânus das mulheres, sujo de cocô.
Mamãe Falei viajou para a a Ucrânia em 28 de fevereiro com Renan Santos, um dos dirigentes do Movimento Brasil Livre (MBL), alegando que iriam "mostrar aos brasileiros a realidade da guerra".