Jair Bolsonaro (PL) evitou criticar a chocante abordagem de agentes da PRF que resultou na morte de Genivaldo por asfixia AFP

Recife - Cinco dias após a chocante morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), quebrou o silêncio. Ao lamentar a morte do homem, de 38, durante a sádica abordagem dos agentes, o chefe do Executivo afirmou que Justiça será feita, mas sem exageros ou pressão de parte da imprensa, que, segundo Bolsonaro, pende para o 'lado da bandidagem'.
"A Justiça vai decidir esse caso. Com toda a certeza será feito justiça. Todos nós queremos isso aí, sem exageros e sem pressão por parte da mídia, que sempre tem um lado, o lado da bandidagem. (...) Lamentamos o ocorrido com seriedade e vamos fazer o devido processo para não cometermos injustiça e fazermos de fato justiça", disse Bolsonaro durante coletiva de imprensa na Base Aérea de Recife.
Em rota de colisão com diversas categorias do funcionalismo público federal, em razão da oferta coletiva de 5% de reajuste salarial, Bolsonaro tenta minimizar o desgaste, com foco especial na PFR e na Polícia Federal, contrariados pelo não cumprimento da prometida reestruturação das carreiras nas corporações. Portanto, evitou o confronto e polêmica ao se posicionar sobre a violenta morte violenta de Genivaldo.
Há duas semanas, outro bárbaro crime chocou o Nordeste. Dois agentes PRF foram assassinados em Fortaleza. Abordado num trecho na BR-116, o suspeito tomou a arma de um dos policiais e os matou. Outro agente que estava à paisana e passava pelo local reagiu e matou o homem. Bolsonaro se posicionou e lamentou o trágico episódio.
"É tratamento isonômico, vai ser seguida a lei. A gente lamenta o ocorrido nos dois episódios, e vamos de acordo com órgão competente, o Ministério Público, a PRF. Não podemos generalizar", declarou Bolsonaro.
Uma investigação do 'Fantástico' revelou que o procedimento utilizado em Sergipe pode não ser um caso isolado no Brasil. A reportagem encontrou sentenças judiciais com relatos de 18 homens que receberam gás de pimenta confinados em viaturas de diferentes forças policiais nos últimos 12 anos, em seis estados diferentes.