Sarí Corte RealReprodução/TV Globo

Pernambuco - Após quase dois anos da morte do menino Miguel Otávio, de 5 anos, o Tribunal de Justiça de Pernambuco condenou Sari Corte Real a oito anos e seis meses de prisão em regime fechado por abandono de incapaz. O crime que causou a morte do garoto, aconteceu em 2 de junho de 2020, no entanto, a decisão feita pelo juiz José Renato Bizerra, da 1ª Vara dos Crimes contra a Criança e o Adolescente de Recife foi proferida nesta terça-feira, 31.
Em junho de 2020, Miguel caiu do 9° andar de um prédio de luxo localizado no Centro de Recife. A condenação foi anunciada na antevéspera do aniversário de dois anos da morte do jovem. Desde o dia 3 de dezembro de 2020, o Ministério Público de Pernambuco ouviu um total de 8 testemunhas de acusação, e seis testemunhas de defesa.
De acordo com o juiz, "a conversão de pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos não é possível, já que supera quatro anos". Sari, no entanto, poderá recorrer da decisão em liberdade.
Segundo a sentença, "não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva, a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra”, informa o texto divulgado pelo Tribunal de Justiça.
O advogado Rodrigo Almendra, que representa Mirtes Santana, mãe de Miguel, declarou que ela não ficou satisfeita com o resultado da sentença. A acusação deverá recorrer da sentença. "Ela entende, na condição de mãe, vítima, que está há dois anos aguardando a decisão, que a pena foi branda em relação às expectativas que ela fez durante todo esse processo. Por esse motivo, a assistência de acusação pretende recorrer da decisão ainda que o Ministério Público não o faça, com o propósito de maximizar a pena imposta agora", declarou Almendra.

Já Pedro Avelino, advogado que representa Sari Corte Real no caso, declarou que recebeu com perplexidade o resultado da sentença, já que ainda não consta no andamento do processo. Além disso, Avelino afirmou que irá recorrer para que a ex-primeira dama de Tamandaré seja inocentada.
Morte de Miguel
Miguel Otávio Santana da Silva tinha 5 anos e morreu ao cair do 9º andar das Torres Gêmeas, prédio de luxo no centro do Recife. A criança havia acompanhado a mãe, Mirtes Renata, que trabalhava como empregada doméstica na residência dos Corte Real.

Mirtes havia descido para passear com o cachorro da família e teve que deixar a criança sob os cuidados da patroa, que estava fazendo as unhas.

A criança sentiu falta de Mirtes e entrou no elevador sozinho para ir atrás da mãe. Em imagens capturadas pelas câmeras de segurança é possível ver o momento em que Sarí desiste de tirar Miguel Otávio do elevador e ele segue para o 9º andar, onde teve acesso ao hall em que ficam as condensadoras de ar-condicionados, de onde caiu.
*Com informações do IG.