Casos de covid-19 seguem tendência de aumento Breno Esaki

A Fiocruz divulgou nesta quarta-feira, 1º, o novo Boletim InfoGripe que monitora dados de notificação de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil. O relatório mostra que casos de covid seguem em uma tendência de aumento nas últimas três semanas. A doença já responde por 59,6% dos SRAG com identificação viral no período. No levantamento da última Semana Epidemiológica (SE), a covid representava 48% dos casos positivos. Entre os casos de SRAG que evoluíram para óbito, 91,1% dos que tinham identificação viral testaram positivo para o coronavírus.

A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da gripe (Sivep-Gripe) no período de 22 a 28 de maio. A estimativa é de 7,2 mil casos apenas na semana analisada. Além disso, a curva nacional continua com indícios de crescimento nas tendências das últimas 6 semanas.
O Boletim aponta também o predomínio do vírus sincicial respiratório (VSR), seguido dos casos de Sars-CoV-2 (Covid-19), rinovírus e metapneumovírus em crianças de 0 a 4 anos. Os casos associados à covid-19 nas últimas quatro semanas ultrapassaram os registros associados ao rinovírus, uma alteração decorrente do aumento de casos de coronavírus na população em geral. Nas demais faixas etárias, o Sars-CoV-2 mantém o predomínio dos casos com identificação laboratorial.
"Os dados laboratoriais e por faixa etária mantém o alerta de que o cenário de crescimento atual é decorrente de aumento nos casos de covid-19. No Rio Grande do Sul, em particular, tem se observado aumento também nos casos positivos para Influenza em diversas faixas etárias", destaca o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 4,0% influenza A, 0,4% influenza B, 25,1% vírus sincicial respiratório e 59,6% Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,6% influenza A, 0.0% influenza B, 4,1% vírus sincicial respiratório, e 91,1% Sars-CoV-2 (Covid-19).

Unidades federativas
Segundo a atualização, 20 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, GO, MG, MS, PA, PB, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC e SP.
Capitais
Entre as capitais, 19 das 27 apresentam crescimento na tendência de longo prazo. São elas Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores em Brasília (DF), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Natal (RN) Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Macrorregiões
Em relação às macrorregiões de saúde, 22 estão em nível pré-epidêmico, 13 em nível epidêmico, 65 em nível alto, 18 em nível muito alto e nenhuma macrorregião de saúde em nível extremamente alto.
Casos
No ano epidemiológico 2022 já foram notificados 147.683 casos de SRAG, sendo 72.197 (48,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 53.782 (36,4%) negativos, e ao menos 13.916 (9,4%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,2% são influenza A, 0,1% influenza B, 8,8% vírus sincicial respiratório (VSR) e 83,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).