Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu nesta segunda-feira, 4, um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para tomar o depoimento do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco e do ex-presidente do Banco do Brasil Rubem Novaes no caso que apura suposta interferência de Jair Bolsonaro (PL) em decisões administrativas das estatais.
A repercussão do depoimento de Castello Branco preocupa o Planalto. Em um grupo de mensagem, o ex-presidente da Petrobras falou que o celular corporativo material tinha mensagens e áudios que poderiam incriminar Bolsonaro. As conversas configurariam a interferência do chefe do Executivo na empresaa.
"Se eu quisesse atacar o Bolsonaro, não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas (Petrobras), sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles (convites) e, quando falo, procuro evitar ataques", diz trecho da mensagem.
Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, teve o pedido de depoimento solicitado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. O movimento ocorre após cobrança do ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator do pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para averiguar o caso.
No depoimento de Castello Branco, a PGR pretende esclarecer os seguintes pontos: quais mensagens e áudios do celular corporativo — e, principalmente o teor — poderiam "incriminar" o presidente; em que datas, circunstâncias e contextos foram encaminhadas ou recebidas; além de explicar por qual motivo não os apresentou às autoridades competentes na época em que as recebeu.
No depoimento de Novaes, a PGR quer esclarecer: o histórico de contato com o ex-presidente da Petrobras; a natureza da conversa travada; se conhece e consegue detalhar as aludidas mensagens; os supostos fatos e tipos delitivos aos quais Roberto Castello Branco teria se reportado.
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