Ministro da Saúde, Marcelo QueirogaMarcelo Camargo/Agência Brasil
“Isto é piada. Todos os recursos que saem do ministério são avaliados pela equipe técnica. Duvido que eles [secretários e gestores de contratos] coloquem seus CPFs para liberar recursos de maneira imprópria”, disse Queiroga ao participar de audiência pública na Câmara dos Deputados.
“Qual o problema de um filho visitar o pai no seu local de trabalho?”, questionou o ministro, ao responder às perguntas de parlamentares das comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC); de Defesa do Consumidor (CDC); de Seguridade Social e Família (CSSF); de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e de Defesa dos Direitos da Mulher (Cmulher).
“Ajo dentro da lei. Tenho a consciência tranquila. O Ministério Público Federal pode investigar. Não há nenhum centavo de recurso público liberado sem avaliação técnica. Meu filho é filiado a um partido político, o Partido Liberal [PL]. Estamos em uma época de pré-campanha. E, tal como os senhores, ele tem o direito de assumir compromissos em nome de sua população. [Que o] julgue a população da Paraíba. Mas em nome do governo [federal] ele não fala”, acrescentou Queiroga.
Vacinação
O ministro mencionou ainda dificuldades logísticas para fazer com que os imunizantes cheguem a todo o país ao responder a perguntas sobre doses estocadas perto do fim da validade. “O prazo de vencimento das vacinas é realmente curto e, por isso, é necessário agilidade na aplicação. Este seria o mundo ideal. No mundo real, contudo, as coisas não funcionam bem assim. No caso da AstraZeneca, por exemplo, o prazo de validade é seis meses. Às vezes, ela chega já um mês após ter sido produzida. E precisa ser distribuídas para estados e municípios. Por isso, a Fiocruz ampliou [o prazo de validade] para nove meses. Outro ponto que contribui para termos vacinas retidas é o sommelier de vacinas, pessoa que chega nas unidades básicas de saúde e quer escolher [entre os produtos de diferentes fabricantes]. Com isso, acabou havendo uma subutilização de algumas vacinas.”
Aborto
“O governo defende a vida desde a concepção. Isto não é segredo para ninguém. O presidente Bolsonaro anunciou e foi eleito com esta agenda. A defesa da vida da mãe e do filho, das duas vidas, desde a concepção. Somos contra o aborto. Respeitamos as exceções da lei, que é de 1940", disse. "Qualquer mudança só pode acontecer com o aval desta Casa [Câmara dos Deputados], que é o local onde a legislação brasileira deve ser decidida. Eu, como ministro, médico e cidadão defendo que uma mudança deste tipo, que tem relação direta com o direito à vida – uma cláusula pétrea da Constituição – só pode ser decidida com referendo popular.”
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.