País atinge níveis preocupantes de fome e pobrezaTânia Rêgo/Agência Brasil

Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança alimentar apontaram que existem cerca de 33,1 milhões de novos brasileiros passando fome no país. Nesta quarta-feira, 6, um levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que quatro a cada dez latino-americanos vivem na mesma situação. Segundo a instituição, a meta de erradicar a fome até 2030 está cada vez mais distante.
Em dezembro de 2021, um relatório feito pelo Ação da Cidadania com outras 57 organizações apontou que pelo menos 100 milhões de brasileiros se encontravam com algum grau de insegurança alimentar. Hoje, sete meses depois, o número subiu para 125,2 milhões de pessoas.
Em 2013, o Brasil ganhou uma premiação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês) por ter sido referência mundial de redução de pobreza e fome, e como consequência à esse prêmio, o país a saiu do do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014. Foi um momento histórico, porém esse orgulho não durou muito tempo. Ainda em 2018 o país voltou a figurar entre os países com mais desigualdade social em todo o mundo.
Desmonte de iniciativas contra a fome
Dados apontam que devido a má gestão governamental, grande parte da população brasileira não sabe o que irá ou mesmo se irá comer no dia seguinte.
Estudos indicam que pandemia somente agravou a questão da fome no país, porém a situação sanitária não aumentos os números. O problema começou a ser agravado em 2016, devido a decisões politicas e ideológicas.
Especialistas afirmam que políticas públicas consideradas importantes e que tornaram o Brasil referência mundial no combate à fome foram desmanteladas nos últimos anos. O fim do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e o sucateamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram prejudiciais para continuar no rumo da diminuição desses fatores.
Os dados apresentados esclarecem que, devido a má gestão governamental, grande parte da população brasileira não sabe o que irá ou mesmo se irá comer no dia seguinte.
Fim do Bolsa Família
Em novembro de 2021 a Caixa Econômica Federal pagou a última parcela do Bolsa Família, programa social tido como modelo mundial no combate à pobreza, criado durante o governo Lula em 2003 e extinto pelo atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O benefício que atendia mais de 14 milhões de famílias brasileiras deixou de existir após 18 anos de vigência. A criação do governo petista foi sucedida pelo programa Auxílio Brasil, que entrou em vigor em ainda em novembro de 2021, porém com "prazo de validade" até dezembro de 2022.