Lançamento do Censo 2022, no Museu do AmanhãVanessa Ataliba / Agência O Dia
IBGE dá início à coleta de dados para o Censo 2022 com cerimônia de abertura no Museu do Amanhã
Segundo pesquisadores, maior desafio é a participação dos lares brasileiros
Rio - O Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deu seu pontapé inicial nesta segunda-feira, 1, com uma cerimônia de lançamento no Museu do Amanhã, no Centro do Rio. Cerca de 180 mil recenseadores percorrerão 75 milhões de domicílios para coletar informações sobre toda a população. Segundo o diretor da pesquisa, Cimar Azeredo, o maior desafio é fazer com que as pessoas atendam os entrevistadores e respondam às questões.
"Estamos aqui para fazer uma onda bem forte para que a população entenda a importância do Censo Brasileiro. O maior desafio desse Censo é fazer com que a população receba o entrevistador do IBGE e responda corretamente as questões", disse ele.
O IBGE montou uma parceria com o Museu do Amanhã para o lançamento e acompanhamento da pesquisa. "É um museu que dialoga com a pauta, que olha pro amanhã e um Censo que está construindo dados para o amanhã. Estamos aqui em um momento muito festivo e a gente espera que seja um sucesso. Apesar de ser um desafio, que a sociedade abrace o Censo", destacou Cimar.
José Francisco, chefe da unidade estadual do IBGE no Rio de Janeiro, destaca a importância da população atender os recenseadores e da coleta e organização de dados a partir das entrevistas. "O Censo vai traçar um Raio-X dos municípios, montar um perfil de todos os municípios brasileiros, dando visibilidade ao gestor público na hora de elaborar políticas públicas de qualidade que visam melhorar as condições de vida da população", frisou.
O diretor de informática do IBGE, Carlos Cotovio, também participou da cerimônia de lançamento da pesquisa. Ele destacou a importância dos dados coletados durante os próximos meses de entrevistas. "Esse evento e os outros que estão sendo realizados no Brasil todo é para uma conscientização [...] que as pessoas tenham a consciência da importância do exercício da cidadania em responder ao recenseador ", explicou ele.
Cotovio lembrou ainda que todo recenseador possui um crachá de identificação, número de telefone para atendimento e QR code fixados, além do uniforme do IBGE, boné e colete. Este ano, o Censo contará com uma modalidade mista de coleta com três formas de responder o Censo, presencial, pela internet e por telefone. No entanto, em todas as opções o recenseador deve comparecer aos domicílios. Nesses casos, o cidadão poderá realizar ou agendar a entrevista presencial, marcar com o entrevistador por telefone ou optar pelo autopreenchimento via internet. Se escolher responder pela internet, o informante receberá um e-ticket, com validade de sete dias.
A entrevista por telefone também será utilizada para aqueles que optarem pelo autopreenchimento pela internet, mas não concluírem o questionário. Para isso, o IBGE terá uma central telefônica exclusiva, o Centro de Apoio ao Censo (CAC), disponível via 0800 721 8181.
Os agentes do CAC responderão dúvidas em geral sobre o Censo, prestarão auxílio conceitual e operacional no preenchimento do questionário via internet e, mediante aprovação do morador, poderão preencher o questionário em entrevista. Essa autorização é concedida por meio de uma contrassenha, enviada por e-mail ou SMS, que permitirá ao agente do IBGE fazer o preenchimento.
Depois que o recenseador encerrar a coleta no setor censitário, o supervisor retornará nos domicílios com morador ausente ou com recusa expressa e entregará uma carta de notificação, contendo um e-ticket válido por dez dias para o preenchimento pela internet. "É a última tentativa e, se não houver resposta, não há retorno e o domicílio será posteriormente tratado estatisticamente", disse o responsável pelo projeto técnico do Censo 2022, Luciano Duarte.
Quilombolas e terras indígenas
Há ainda um planejamento em parceria com três agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para chegar às populações de terras indígenas, quilombolas e refugiados, além do apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Nós trouxemos várias agências da ONU entre elas, a Agência para Refugiados (ACNUR) Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Essas três agências estão colaborando fortemente com o Censo brasileiro", destaca Cimar Azeredo.
Os entrevistadores já cumprem um esquema de quarentena para que possam entrar nas terras indígenas e nas regiões de quilombolas. "Os indígenas fazem parte da população brasileira, os quilombolas, os imigrantes que estão chegando são brasileiros naturalizados, e o Brasil não quer deixar ninguém de fora". Azeredo destaca ainda que o questionários para essa população foi desenvolvido com especificidades para este público.
Tipos de questionário
No Censo 2022, há dois tipos de questionário: o básico, com 26 quesitos, leva em torno de cinco minutos para ser respondido. Já o questionário ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos. A seleção da amostra que irá responder o questionário ampliado é aleatória e feita automaticamente no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC) do recenseador.
O questionário básico traz os seguintes blocos de perguntas: identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade. Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
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