O número passou de 1,4 milhão em 2019 para 2,4 milhões em 2021Divulgação
Este impacto na educação reforçou a diferença entre crianças brancas e as pretas e pardas. Os percentuais de crianças pretas e pardas de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever passaram de 28,8% e 28,2% em 2019 para 47,4% e 44,5% em 2021 — entre as brancas, o aumento foi de 20,3% para 35,1% no mesmo período.
Em entrevista para o RJTV, da TV Globo, o coordenador de Políticas Educacionais da organização, Ivan Gontijo, explica a importância da alfabetização no processo de aprendizagem escolar. “Uma coisa importante de ser dita é que a alfabetização tem algumas características muito importantes, porque ela é chamada de uma habilidade base para educação. Se um aluno não é nem alfabetizado, ele vai ter muito mais dificuldade de aprender todas as outras disciplinas”, explicou.
O levantamento mostra ainda a diferença entre as crianças que moram em domicílios mais ricos e mais pobres do país. Entre as de menor renda, o percentual das que não sabiam ler e escrever aumentou de 33,6% para 51,0% no período entre 2019 e 2021. Já as mais ricas, a elevação foi de 11,4% para 16,6%.
Gontijo aponta algumas medidas necessárias para recuperar o prejuízo na base escolar. “A pandemia significou tempo perdido em termos de aprendizagem, e nada melhor para recuperar esse tempo perdido que os estudantes fiquem mais tempo nas escolas, oferecer aulas no contraturno, complementar escolas no tempo integram no ensino fundamental. (...) Se a gente não consegue resolver esse problema da alfabetização, fica muito difícil avançar em termos de resultados educacionais. A educação é base para toda a trajetória educacional de um estudante”, concluiu.
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