Grupo de Fiscalização resgata 16 em situação análoga à escravidão na Bahia Divulgação
De acordo com o documento, a agricultura e a pecuária "criam uma demanda por mão de obra barata" e, com isso, colocam grupos minoritários em condições semelhantes às de trabalho análogo à escravidão. No caso do Brasil, são os afrodescendentes de baixa renda.
"Na região amazônica brasileira, a escravidão está intrinsecamente ligada a atividades econômicas que estão causando devastação ambiental, incluindo extração ilegal de madeira e mineração", diz o relatório.
Até o momento, o governo brasileiro não se manifestou sobre o relatório.
CHINA
Segundo o documento, as descobertas foram feitas por meio de "uma avaliação independente das informações disponíveis".
"O relator especial considera razoável concluir que o trabalho forçado entre os uigures, cazaque e outras minorias étnicas em setores como agricultura e manufatura vem ocorrendo na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China", afirma um trecho do documento.
Segundo o relatório, existem dois sistemas "exigidos pelo Estado" em Xinjiang. Um deles se trata de um sistema de centro de educação e treinamento profissionalizante, onde as minorias são "detidas e submetidas" ao trabalho.
No outro sistema, os trabalhadores rurais são transferidos para empregos de baixa remuneração, com a oferta de uma melhora de vida. Esse tipo de processo também foi identificado no Tibete.
"Embora esses programas possam criar oportunidades de emprego para minorias e aumentar seus rendimentos, conforme é alegado pelo Governo, o Relator Especial considera que indicadores de trabalho forçado apontam que a natureza involuntária do trabalho prestado pelas comunidades afetadas estiveram presentes em muitos casos", diz o relatório.
Em resposta ao documento da ONU, o ministério das Relações Exteriores da China disse que as acusações são "mentiras e informações fabricadas pelos Estados Unidos e países ocidentais".
"Algumas forças manipulam questões relacionadas a Xinjiang e inventam informações falsas chamadas de 'trabalho forçado', que são, em essência, uma tentativa de minar a prosperidade e a estabilidade de Xinjiang e conter o desenvolvimento e a revitalização da China sob o pretexto dos direitos humanos. Seus planos nunca terão sucesso", disse o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, nesta quarta-feira, 17.
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