São Paulo - O humorista Eddy Jr. expôs nas redes sociais na segunda-feira, 18, ataques com xingamentos racistas que vem sofrendo de uma vizinha no condomínio onde vive, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. No vídeo publicado pelo artista, a mulher branca se nega a entrar no mesmo elevador que o rapaz e faz várias ofensas racistas: "Macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso".
O humorista tinha saído de casa para passear com a sua cachorra. Quando voltou para casa, encontrou com a vizinha que, no mesmo momento, se recusou a dividir o elevador com ele.
Na gravação, com cerca de quatro minutos, ela aparece discutindo com o humorista, afirmando que não iria usar o elevador do prédio enquanto Eddy estivesse dentro. Ela ainda chegou a dizer que chamaria a polícia, caso o rapaz se aproximasse. "Imundo", "cai fora", "macaco", "cai fora, bandido", "cagão bundão", continuou.
A mulher disse ainda que tinha "pena do cachorro, ele não combina com a sua imagem". "Você é pior do que aquele pernilongo neurótico", completou. Mesmo pressionada por um funcionário do prédio, a mulher se negou a entrar no elevador: "Cai fora. Não quero ficar com ele. Não vou (subir com ele). Não quero".
Dentro de casa, as agressões verbais continuaram. A mulher e o filho dela foram para a porta do apartamento do humorista. As gritos fizeram ameaças de morte.
"Eram 2h da manhã, desci com a minha cachorra para ela fazer as necessidades. Na hora que eu ia subir, encontrei com essa vizinha. Foi uma coincidência muito grande. Eu ia entrar no elevador e ela disse que não ia entrar no mesmo elevador que eu. Eu poderia usar o elevador do lado, mas não sou obrigado a mudar de lugar só porque uma mulher racista não quer que eu use o mesmo elevador que ela”, disse o humorista.
Em entrevista, Eddy Jr. comentou o assunto e afirmou que é alvo da família da agressora desde abril, quando começaram as reclamações e agressões verbais por suposto barulho vindo do apartamento dele.
"Me mudei para esse apartamento no final de fevereiro. Quando chegou março ou abril, os porteiros começaram a ligar quando eu estava dormindo reclamando de barulho. Mas eu estava dormindo. Foi assim durante vários dias na semana. Às vezes ligava duas vezes na mesma noite. Houve uma reclamação até num dia que eu não estava em casa”, contou.
"Eu nunca tinha nem visto ela. Aí chegaram duas notificações de multa pra mim por importunação e barulho. A minha advogada pediu para ler o livro de reclamações do prédio, e tinha muitas reclamações dessa vizinha sobre mim. Mas eram umas reclamações absurdas. Ela falava que eu desligava a máquina de lavar dela, falou que eu hackeei a internet da casa dela, que eu desligava o fogão dela. Alegou que eu deixei ela sem gás. O condomínio até retirou as multas", afirmou.
Em setembro, o humorista registrou um boletim de ocorrência por causa de ameaças com faca feitas pelo filho da agressora: "Teve uma noite que eu estava na cama deitado e a minha campainha tocou. Era umas 3h da manhã. Levantei e o filho dessa vizinha já começou a gritar, dizendo 'eu vou te matar'. Ele veio com uma faca enorme na mão, chutando a minha porta”, contou.
Depois do episódio, o humorista confirmou que vai mudar de edifício por causa das ameaças e lamentou a atitude racista dos vizinhos. Ele promete procurar a Justiça.
"Espero que a Justiça tome a devida atitude que tem que ser tomada. Como eu sofri ameaça, minha advogada me orientou a sair de lá. Mas o mais triste é que estou trabalhando desde 2016 com internet, tentando ganhar dinheiro. Agora que deu certo, que comecei a ajudar a minha família, preciso sair da minha própria casa por causa de pessoas racistas. Isso me deixa muito mal”, declarou.
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