Polícia Civil investiga o caso e antecipa que pelo menos o crime de injuria racial já está caracterizado Reprodução

São Paulo - O Colégio Visconde de Porto Seguro, da unidade de Valinhos, interior de São Paulo, anunciou, nesta sexta-feira, 4, a expulsão de oito alunos que enviaram mensagens racistas, gordofóbicas, machistas e xenofóbicas em um grupo de WhatsApp.

A troca de mensagens criminosas foi denunciada por um estudante negro, de 15 anos. Ele foi adicionado ao grupo por outros estudantes e, quando se deparou com o teor do conteúdo, fez críticas e logo em seguida foi excluído. Na sequência, ele foi hostilizado com mensagens racistas em seu perfil no instagram.

O grupo teria sido criado durante a apuração do segundo turno das eleições, que foi finalizado no último domingo, 30, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo de presidente da República e de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) para o governo de São Paulo na disputa com Fernando Haddad (PT). O nome do grupo era "Fundação Antipetismo".

O Colégio Visconde de Porto Seguro informou, por meio de um comunicado, que repudia qualquer forma de preconceito e que aplicou aos jovens a punição máxima prevista no Regimento Escolar: a expulsão.

"Reforçamos nosso repúdio veemente a toda e qualquer forma de discriminação e preconceito, os quais afetam diretamente nossos valores fundamentais. Nesse sentido, o Colégio aplicou aos alunos envolvidos as sanções disciplinares cabíveis nos termos do Regimento Escolar, inclusive a penalidade máxima prevista, que implica seu desligamento imediato desta instituição", informou a escola.

A direção da escola assumiu o compromisso de intensificar as atividades que visam dar luz à importância do respeito à diversidade. Também foi informado que os alunos ofendidos estão sendo amparados pela instituição de ensino.

"Reiteramos nossa solidariedade e apreço a todos que foram ofendidos e continuaremos prestando o devido acolhimento aos alunos e famílias."

A Federação Israelita do Estado de São Paulo emitiu um comunicado, nesta quinta-feira, 3, repudiando as atitudes racistas e antissemitas dos alunos do colégio localizado em Valinhos.

"Neste caso cabe uma atitude enérgica da escola, bem como da sociedade, a fim de que discrusos como estes estejam banidos, de uma vez por todas, de nosso convívio. Não podemos tolerar mais manifestações que visam diminuir um povo, uma raça ou qualquer ser humano. Entendemos fundamental aprofundarem estudos sobre estas questões para que tenhamos uma sociedade com mais respeito ao semelhante e justa", informou a órgão em nota divulgada nas suas redes sociais.
O caso é investigado pela Polícia Civil. José Henrique Ventura, diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 2 (Deinter-2), afirmou que os autores das mensagens estão sendo identificados e que pelo menos um crime foi cometido (injuria racial), mas outros podem ser verificados durante a investigação.