Personalidades do cenário político prestaram homenagens nas redes sociais e lamentaram a morte da cantora Gal Costa. A artista morreu na manhã desta quarta-feira, 9, aos 77 anos, em sua casa, em São Paulo. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou a morte da cantora e afirmou que ela "renovou a cultura do país e marcou a vida de milhões de brasileiros".
Na publicação, Lula escreveu: "Gal Costa foi das maiores cantoras do mundo, das nossas principais artistas a levar o nome e os sons do Brasil para todo o planeta. Seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura, embalou e marcou a vida de milhões de brasileiros".
A futura primeira-dama do Brasil, Jana Lula da Silva expressou o seu espanto pela morte súbita da artista: "Como assim Gal?? Não pode ser". Em seguida, publicou uma foto onde Lula beija a testa da cantora e escreveu "baby, baby i love you. Pra sempre".
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decretou luto oficial de três no estado. Nas redes, o governador afirmou: "Perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música". "Lamento profundamente a morte de Gal Costa. Com sua partida, perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música, eternizada em interpretações que cantam a Bahia e o Brasil para todo o mundo. Está decretado luto oficial na Bahia por 3 dias."
Lamento profundamente a morte de Gal Costa. Com sua partida, perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música, eternizada em interpretações que cantam a Bahia e o Brasil para todo o mundo. Está decretado luto oficial na Bahia por 3 dias. pic.twitter.com/D65jtHfeWV
Já prefeito de Salvador, Bruno Reis (união Brasil), afirmou que a artista é "trilha sonora de vários momentos da vida de milhares de brasileiros". "Perdemos uma das vozes mais lindas e representativas da música brasileira. Gal Costa é trilha sonora de vários momentos da vida de milhares de brasileiros. Seu jeito único de interpretar as canções está para sempre eternizado em nossos corações" e completou "que Deus conforte seus familiares e fãs nesse momento de profunda dor".
O ex-prefeito de Salvador e derrotado na disputa para o cargo de governador nas eleições deste ano, ACM Neto (União Brasil) lembrou que a bahiana revolucionou a Música Popular Brasileira (MPB) e levou a cultura da Bahia para o mundo. "Hoje o Brasil perdeu uma das maiores artistas de todos os tempos, a baiana Gal Costa. Com sua voz incomparável, Gal revolucionou a MPB e levou a cultura da Bahia para o mundo. Em 2014, quando era prefeito, Gal Costa participou do Festival Virada e fez um show inesquecível".
Jaques Wagner (PT), ex-governador da Bahia e senador, também lamentou a morte da cantora. “Com a sua voz inconfundível e seus pensamentos firmes, Gal marcou a história da cultura brasileira. Fátima e eu nos solidarizamos com os familiares, amigos e fãs de Gal", escreveu.
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), além de lamentar a morte, fez uma sequência de publicações sobre a carreira da artista. “A morte de Gal é um choque para todos nós. O Brasil perde hoje uma das maiores cantoras da nossa história”, disse.
O governador do Rio de Janeiro, Claúdio Castro (PL), divulgou uma nota em que afirma que Gal "será sempre lembrada também por sua imagem doce, admirada por várias gerações". "Uma legião de fãs fica órfã hoje com a perda de uma das belas vozes da MPB. A cantora Gal Costa marcou a história da música brasileira e virou referência do nosso país no mundo. A estrela que deixa uma importante contribuição para a arte será sempre lembrada também por sua imagem doce, admirada por várias gerações. Meus sentimentos à família e aos amigos desta extraordinária personalidade brasileira."
O governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também prestou homenagem à cantora. “Que perda irreparável para o mundo. Gal Costa, uma grande mulher, uma grande artista, uma grande brasileira. Descanse em paz, deixarás uma saudade imensa para o nosso Brasil!”
O deputado federal Marcelo Freixo (PSB) publicou: "Tristeza. Gal Costa era brilhante, uma das maiores vozes da música brasileira. Uma perda irreparável para nossa cultura. Meus sentimentos estão com seus familiares e amigos. Descanse em paz, querida Gal."
Nas redes, o senador Jean Paul Prates (PT) disse que a contribuição da artista "para nossa cultura irá se manter sempre viva". "Gal Costa foi fortaleza de um grande legado para a Música Popular Brasileira. Sua partida nos deixa tristes, mas sua enorme contribuição para nossa cultura irá se manter sempre viva! Presto todas as minhas condolências à família e aos amigos/as que a cercaram em afeto".
O candidato à presidência derrotado Ciro Gomes (PDT) também recorreu à rede para se manifestar sobre a morte da da bahiana. "Um cristal se partiu ao meio e partiu o coração de todos os brasileiros", disse o pedetista. "Dor e saudade, Gal. Descanse em paz. Que Deus conforte parentes, amigos e fãs", completou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também lamentou o falecimento da cantora. "A nossa grandiosa Gal Costa nos deixou! A música e a arte dela fizeram parte de toda a minha vida e dos caminhos que trilhei. Gal deixou um legado incomparável e jamais sairá das nossas lembranças. Obrigado por tudo! Você é eterna!", escreveu.
O deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP) ressaltou que Gal Costa deixa um "grande legado para a cultura brasileira" "Vá em paz, Gal! Fica seu grande legado para a cultura brasileira". O deputado federal Alexandre Padilha também se manifestou: "Faleceu hoje Gal Costa, uma das maiores vozes do Brasil. Toda minha solidariedade ao familiares e fãs da cantora. O legado de Gal segue vivo através de sua arte."
Morte da cantora
Gal Costa, de 77 anos, morreu nesta quarta-feira, 9, em São Paulo. A morte de uma das maiores vozes da música popular brasileira foi confirmada pela assessoria da artista. Ainda não há informações sobre a causa da morte de Gal. "É com pesar que confirmamos o falecimento da cantora Gal Gosta, na manhã dessa quarta-feira, 09, em São Paulo. Gal Costa sofreu um infarto em sua casa e não resistiu. Pedimos respeito e compreensão nesse momento de luto".
A veterana era uma das atrações do festival Primavera Sound, em São Paulo, que aconteceu no final de semana passado, mas cancelou sua participação no evento. Em setembro deste ano, a artista passou por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita. Por recomendações médicas, ela ficaria afastada dos palcos até este mês. A cantora já tinha feito shows da turnê "Várias Pontas de Uma Estrela", em que revisitava grandes sucessos dos anos 80, marcados para dezembro e janeiro.
Gal Costa deu voz a clássicos da MPB como "Baby", "Meu nome é Gal", "Chuva de Prata", "Meu bem, meu mal", "Pérola Negra" e "Barato total". A cantora deixa um filho, Gabriel Costa Penna Burgos, de 17 anos.
Trajetória
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu no dia 26 de setembro de 1945, em Salvador, na Bahia. A artista trabalhou em uma loja de discos em Salvador, onde conheceu o cantor João Gilberto. Em 1963, ela foi apresentada a Caetano Veloso por sua amiga Dedé Gadelha, que na época era casada com o cantor.
Em 1964, Gal participou da inauguração do Teatro Vila Velha, em Salvador, ao lado de nomes como Caetano, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé, entre outros. A artista ainda utilizava o nome Maria da Graça quando lançou "Eu vim da Bahia", de Gilberto Gil, em 1965.
Gal Costa era cantora e compositora e um dos grandes nomes da Tropicália e da MPB. Ela gravou, em 1968, duas músicas do álbum "Tropicália ou Panis et Circencis", lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé. A cantora também participou, no mesmo ano, do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em que conquistou o terceiro lugar com a música "Divino Maravilhoso".
No ano seguinte, a cantora lançou o álbum "Gal Costa", com canções de Roberto Carlos e Erasmo. Durante o período da Ditadura Militar, a artista se firmou como uma das representantes do tropicalismo, enquanto seus parceiros Gil e Caetano estavam exilados. Ela gravou ao vivo o álbum "Fa-Tal: Gal a Todo Vapor", em 1971, que foi um marco e a consolidou como voz da contracultura brasileira no período do regime militar.
Em sua carreira, Gal lançou 43 álbuns, 12 DVDs e participou de 16 especiais na televisão. A artista foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e venceu o Prêmio da Música Brasileira, em 2016, na categoria de melhor cantora.
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