Aliado de Bolsonaro, Silvinei Vasques é acusado coordenar a operação que dificultou o acesso de pessoas aos locais de votação no dia das eleições Reprodução/Instagram
Polícia Federal abre inquérito para investigar diretor-geral da PRF
MPF solicitou uma investigação sobre conduta de Vasques em blitz realizadas no dia do 2° turno e nos protestos antidemocráticos realizados por bolsonaristas
Brasília - A Polícia Federal abriu, nesta quinta-feira (10), um inquérito para investigar a conduta de Silvinei Vasques, diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal )PRF), durante o segundo turno das eleições, que aconteceu em outubro.
Além disso, a PF também investigará uma possível omissão de Silvinei diante dos protetos antidemocráticos de bolsonaristas que fecharam diversas rodovias estaduais e federais pelo país após o pleito eleitoral.
O processo tramitará na Superintendência da PF no Distrito Federal, que vai concentrar todas as informações colhidas pela instituição policial em outros estados.
A abertura do inquérito foi solicitada pelo MPF (Ministério Público Federal) no dia 2 de novembro. Os procuradores do MPF chamam os bloqueios nas estradas de "criminosos" tratam os manifestantes como "invasores de rodovias".
A PF vai apurar se Silvinei descumpriu uma determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que proibiu a realização de blitz em veúculos que transportavam eleitores no segundo turno do pleito eleitoral. Também será investigada uma denúncia de omissão do diretor-geral frente aos protestos que questionam o resultado das eleições presidenciais.
O líder da PRF pode ser enquadrado nos crimes de prevaricação e participação, por meio de omissão, nos crimes contra o estado democrático que estão sendo cometido por manifestantes que cobram intervanção militar e fecham rodovias.
Financiamento oculto dos bloqueios
Frederico Paiva, procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal que investiga os bloqueios nas estradas feitos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), disse suspeitar que os grupos tenham um financiamento oculto.
"Os caminhoneiros tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás", afirmou, em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (7).
Paiva disse que identificar os supostos financiadores é mais importante que descobrir quem são os motoristas que participaram das manifestações em si, para que sejam punidos.
"É de fundamental importância identificar quem fomentou esse movimento, e que sofra severa punição", disse. "Se não conseguir punir, vai acontecer de novo".