Inovação trará mais segurança às transfusões de sangue e permitirá a redução de 12 meses para um mês do período de impedimento à doaçãoDavidyson Damasceno

A triagem das bolsas de sangue na hemorrede [conjunto de Serviços de Hemoterapia e Hematologia] pública brasileira passará a contar com teste específico para malária, anunciou hoje (11), no Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A inovação trará mais segurança às transfusões de sangue e permitirá a redução de 12 meses para um mês do período de impedimento à doação de sangue de pessoas que estiverem em áreas endêmicas para malária.

O ganho no controle das bolsas de sangue se dá com o início da implantação do Kit Nat Plus, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O Hemorio, no Rio de Janeiro, foi o primeiro hemocentro a receber essa tecnologia e já liberou os primeiros resultados em novembro.

Hemocentros
A implantação se dá em parceria com a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) do Ministério da Saúde (MS). Segundo a Fiocruz, mais três hemocentros devem ser contemplados até o fim do ano e a atualização deve estar presente em todos os hemocentros do país até o final de 2023.

Desde 2011, o Kit Nat é produzido em Bio-Manguinhos e tem como alvos os vírus HIV e os causadores da hepatite B e hepatite C. Segundo a Fiocruz, desde que Bio-Manguinhos iniciou a produção do Kit Nat, 30 milhões de bolsas de sangue doadas na rede pública do Brasil foram testadas com a tecnologia fornecida pelo instituto.

O aprimoramento do kit brasileiro traz ainda a vantagem de permitir o uso em amostras de doadores de órgãos ou doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, ampliando também a segurança em transplantes.

O novo kit desenvolvido em Bio-Manguinhos também tem ganhos de sensibilidade e otimização do tempo de análise.