O Rolls-Royce tradicionalmente usado na posse dos presidentes estaria danificadoEVARISTO SA / AFP
Janja diz que Rolls-Royce foi danificado e pode não ser usado na posse de Lula
Secretaria da Presidência da República não se manifestou sobre o caso
A futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, disse que a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva poderá ser feita em outro veículo, e não com o tradicional Rolls-Royce, carro utilizado desde a década de 1950 em posses presidenciais. Em conversa com jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Janja disse que o carro foi "danificado" pela atual gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Ela não detalhou qual seria o problema específico do carro que foi usado pela primeira vez em 1953, pelo presidente Getúlio Vargas, nas comemorações do Dia do Trabalho.
"Hoje é essa informação que eu posso dizer para vocês, que o presidente Lula estará em carro aberto, como é o protocolo, e que será no Rolls-Royce, se estiver em condições, porque parece que ele foi danificado na última posse", disse Janja.
Perguntada sobre qual seria o problema, Janja citou apenas que haveria uma dano no "banco" do carro. "O embaixador (Fernando Igreja) está responsável por isso, e nossa equipe vai averiguar isso, se está em condições. É um carro bastante antigo", disse. Procurada, a Presidência da República ainda não se manifestou. A Secretaria-Geral também não se posicionou sobre a questão.
Na posse de 1 de janeiro de 2019, o filho de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro chamou a atenção ao sentar-se no banco de trás do Rolls-Royce, acompanhando a cerimônia do pai, ao lado de Michelle Bolsonaro, como se fizesse a "segurança" do presidente. A atitude foi criticada, mas vista como um "reconhecimento" de Bolsonaro em relação à ajuda que o filho deu na campanha eleitoral.
O governo eleito trabalha com a expectativa de que cerca de 300 mil pessoas compareçam à festa da posse, que ocorrerá no dia 1 de janeiro, em Brasília. Dezenas de artistas estão confirmados para shows que acontecerão após os cerimoniais no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Itamaraty.
Uma das atrações tradicionais da posse, o ritual militar de salva de tiros de canhão, não deverá ocorrer, devido aos ruídos que causam. Fogos de artifício deverão ser utilizados, mas também de forma silenciosa. Janja disse que recebeu a demanda de organizações ligadas a cuidados com animais e pessoas com deficiência e sensibilidade a sons.
"A gente teve uma demanda especial, que é questão dos barulhos, porque a gente pode produzir algo que possa perturbar pessoas com deficiência, especificamente fogos de artifício. Nós achamos que a demanda é importante", comentou Janja. "A gente vai analisar algo que contemple o que é a salva de tiros e o que ela significa, que são 21 tiros de canhões."
A primeira-dama também ironizou o exercício da função de presidente por Bolsonaro, que, desde o dia 30 de outubro, quando foi derrotado nas urnas, evita declarações públicas, comparece em poucos atos oficiais e não reage à situação de calamidade financeira que toma boa parte de seus ministérios.
Questionada sobre a passagem da faixa presidencial para Lula, Janja disse que se trata de um ato formal nestas ocasiões, mas que nada está confirmado. "A cerimônia de posse tem um protocolo O presidente que está deixando o cargo passaria a faixa para o presidente eleito. Se isso acontecer, seguiremos o protocolo. Se não, vamos pensar. Não temos a confirmação. Aí, vocês vão ter que perguntar para o presidente que está em exercício", disse a primeira-dama, para complementar em seguida: "Está em exercício? Se ele vai passar a faixa, seguiremos o protocolo".
A programação do que está sendo chamado de "Festival do Futuro" incluirá a realização de uma exposição sobre momentos das posses presidenciais e ícones da democracia, que ocorrerão no Museu da República e no Museu de Arte de Brasília. "Vai ser um grande festival para acompanhar esse momento histórico, que é o retorno do presidente Lula à presidência da República, a partir do dia primeiro de janeiro de 2023?, comentou a primeira-dama.
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