Na ocasião, Jefferson recebeu os agentes com granadas e relatou, em depoimento, ter dado mais de "50 tiros de fuzis" na direção dos políciais. Dois deles chegaram a se ferir por estilhaços das granadas lançadas pelo ex-deputado. De acordo com a Polícia Federal (PF), os profissionais foram imediatamente levados ao pronto-socorro e liberados no mesmo dia.
"(...) O denunciado Roberto Jefferson, dolosamente e consciente da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, tentou matar 4 Policiais Federais, com emprego de explosivo e de meio de que resultou perigo comum", diz um trecho da denúncia assinada pelos procuradores da República Charles Stevan da Mota Pessoa e Vanessa Seguezzi.
Na sequência, cita outras questões que qualificam a denúncia: "Usou como meio recurso que dificultou a defesa de autoridade e agentes no exercício da função descritos no artigo 144 da Constituição Federal e com emprego de arma de fogo de uso restrito, cujos resultados (mortes) não se consumaram por circunstâncias alheias à sua vontade".
No dia 27 de outubro, Alexandre de Moraes converteu a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson em flagrante para prisão preventiva. A medida fez com que a detenção não tenha um prazo específico para acabar.
"Conforme já destacado, o preso se utilizou de armamento de alto calibre (fuzil 556), para disparar uma rajada de mais de 50 (cinquenta) tiros, além de lançar 3 (três) granadas contra a equipe da Polícia Federal. O cenário se revela ainda mais grave pois, conforme constou do auto de apreensão, foram apreendidos mais de 7 (sete) mil cartuchos de munição (compatíveis com fuzis e pistolas)", escreveu Moraes.
A PF também apura se Jefferson gravou o vídeo de propósito para provocar a sua prisão ou se a premeditação da situação ocorreu somente após a repercussão das imagens. Na casa do ex-deputado, os agentes encontraram um tripé de gravação, fita adesiva utilizada nas granadas e marcas de 60 tiros de fuzil.
Antes de tudo acontecer, Roberto Jefferson estava em prisão domiciliar. Acabou perdendo o direito e teve de voltar à cadeia por ter desrespeitado as medidas cautelares impostas pelo STF. Ele recebeu o benefício em janeiro deste ano, mediante o cumprimento de medidas como a proibição de usar redes sociais e dar entrevista sem autorização judicial.
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