Margareth já deu declarações públicas de apoio a LulaDivulgação/Ricardo Stuckert
Em seus primeiros mandatos como presidente (2003-2010), o petista contou com os também baianos Gilberto Gil e Juca Ferreira na área. Durante o atual governo de Jair Bolsonaro, o ministério foi extinto e se transformou em secretaria especial de Cultura, ocupada por nomes como Roberto Alvim, Regina Duarte, Mário Frias, Helio Ferraz e André Porciuncula. Com o novo presidente, a pasta retomará o status de ministério.
Margareth Menezes já deu declarações públicas de apoio ao mandatário eleito. Em live realizada na campanha eleitoral no mês de setembro, ela declarou seu apoio já no primeiro turno: "Eu acho que a gente precisa dar esse voto de confiança para a gente respirar, se fortalecer e recuperar o Brasil".
O apoio vem de longa data. Em 2011, ano seguinte ao segundo mandato do petista, a cantora publicou em uma rede social: "Desejo ao nosso amado Lula força e fé. Para nós, brasileiros, ele é um exemplo de conquistas importantes e transformou a vida do povo". Em outra postagem, disse: "Eu sei o que o povo pobre desse país comia antes e depois de Lula".
Entre os projetos da instituição, ações de qualificação profissional para jovens em áreas como costura, design gráfico, estamparia e artesanato de pedras semi preciosas, oficinas de arte, educação, língua e literatura para crianças, inclusão digital e fórum de discussão para "fortalecer os vínculos familiares" da comunidade local.
Sobre as particularidades da cultura brasileira, ela exaltou, em entrevista ao Programa do Porchat (Record TV) em 2018: "Já tem umas duas gerações pra cá que o pessoal tá assumindo mais [a negritude], mesmo, o jeito de ser. Não tem muito pra onde correr, gente, vai fazer o quê? Tá tudo misturado, é nós, é o Brasil, essa beleza, todo mundo contribui da sua forma, com a sua cultura, com a sua mistura. Eu acho muito bacana".
"Essa polaridade tem que ser aceita. Não é porque eu moro num lugar em que a maioria é negra que eu vou achar que o Brasil todo é negro. Não é porque você mora num lugar em que a maioria é branca que você vai achar [que o Brasil todo é branco]. Não é. O Brasil é assim. E onde você mora também tem pessoas negras, tem descendentes de índio, pessoas brancas. Isso é a história nossa, a gente não pode ter vergonha disso. Isso complica demais até pra gente se desenvolver", continuou.
Trajetória
Ganhou seu primeiro violão quando era adolescente, época em que frequentava grupos teatrais fazendo peças como Ser Ou Não Ser Gente (1980), Máscaras (1982) e O Inspetor Geral (1982). Em 1983, participou do Gran Circo Troca de Segredos, espaço cultural inspirado no Circo Voador, do Rio de Janeiro. A parte musical seguia presente: numa montagem de O Menino Maluquinho, inspirada na obra de Ziraldo, fez a trilha sonora, operação de som e gerenciamento da técnica vocal do espetáculo. "Dentro dessa questão de teatro foi que eu vi com uma consciência do meu potencial artístico", defendeu, anos depois.
Em 1986, dá os primeiros passos a valer em sua carreira musical, com apresentações em cidades do interior baiano, e também no Teatro Castro Alves, por meio do Projeto Pixinguinha. Seu primeiro show, Banho de Luz, lhe valeu um Troféu Caymmi de melhor intérprete. Em 1987, grava o single Faraó - Divindade do Egito, considerado o primeiro samba-reggae lançado, ao lado de Djalma Oliveira. Em seguida foi contratada pela gravadora PolyGram e lançou seu primeiro disco, Margareth Menezes, em novembro de 1988. Nele, chamou atenção com uma versão da composição de Rey Zulu e Ytthamar Tropicália, Uma Historia De Ifa (Elegibô).
A canção também abriu Elegibô (1990), álbum produzido por David Byrne (Talking Heads) e lançado somente no exterior. A parceria com o músico escocês ajudou a impulsionar sua carreira internacional, e o disco atingiu o primeiro lugar da parada Billboard World Albums graças às boas vendas nos Estados Unidos. À época, a cantora havia chamado atenção também por conta de uma série de apresentações ao lado de Gilberto Gil e Dominguinhos.
Quando Byrne divulgou seu álbum Rei Momo (1989), fez uma turnê por dezenas de países e chamou Margareth Menezes para abrir os shows. Em maio de 1990, quando estavam pelo Brasil, o 'Estadão' definia a cantora como a dona de um "gingado irresistível e vozeirão acima da média entre as novas cantoras que têm tentado a sorte na MPB".
Seu álbum Kindala (1991) também teve grande repercussão internacional. No começo dos anos 2000, fez sucesso com Dandalunda, composição de Carlinhos Brown que foi considerada a "música do carnaval de 2003" em Salvador. Entre outros lançamentos e shows, Margareth Menezes continuou sendo presença frequente nas rádios e TVs do Brasil pelas décadas seguintes.
Ao Grammy, foi indicada em 1993 na categoria de melhor álbum de World Music em 1993 e 2007, além de indicações ao Grammy Latino em 2006 (melhor álbum de pop brasileiro) e 2020 (melhor álbum de música de raízes em língua portuguesa).
Em 2019, lançou Autêntica, seu álbum mais recente, mas seus planos de turnê foram interrompidos por conta da pandemia de covid-19. Durante o período, atuou na série Casa da Vó, da Wolo TV, que também foi exibida na TVE e outros canais. Em 26 de novembro de 2022, estreou seu novo show, Elevante, em apresentação no festival Afropunk Bahia.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.