Kelmon agora é integrante da Igreja Ortodoxa Grega da América e ExteriorCléber Mendes/Agência O Dia

O ex-candidato à Presidência da República, Padre Kelmon (PTB), não faz mais parte da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil. A informação foi publicada por meio de nota, na sexta-feira, 16, nas redes sociais da própria instituição. 
O documento foi assinado na última quinta-feira, 15, por Francisco Ángel Ernesto Móran Vidal, Arcebispo Metropolitano no Peru, e pelo Monsenhor Miguel Phellype Thiago Martins, vigário episcopal no Brasil.
"Decidimos cancelar a Provisão 0025/21 conferida ao Padre Kelmon Luis da Silva. Também informamos que decidimos desencardinar do clero o Pe. Kelmon e também o Pe. Lucas Soares Chagas. Dessa forma, os mesmos ficam proibidos de ministrar os sacramentos e de falar em nome da Igreja Ortodoxa do Peru-Tradição canônica Síro Ortodoxa Malankara Indiana", diz um trecho do texto.
Junto ao comunicado, foi publicada a seguinte mensagem: "Apenas para informação que os referidos Sacerdotes Pe.Kelmon e Pe.Lucas não pertencem mais ao clero da Santa Igreja Ortodoxa do Peru". "Desejamos bençãos em seus novos caminhos!", acrescentou a instituição.
O texto é finalizado com um versículo bíblico que reitera o desligamento. "Tudo que ligares na terra será ligado no céu, mas aquilo que desligarem na terra será desligado no céu. (Mateus 16:19)".
Nesta segunda-feira, 19, Kelmon emitiu um comunicado nas redes sociais, afirmando que ele e outros religiosos foram desligados por vontade própria.
"É importante salientar que não fomos desligados por decisão dos clérigos da referida igreja, mas nós que o pedimos e assim foi concedida. Somos pois muito gratos pelo tempo que passamos lá e desejamos bençãos celestiais para todos as suas autoridades eclesiásticas", diz a mensagem assinada pelo Padre João Damasceno.
O texto acrescenta ainda Padre Kelmon agora é integrante da Igreja Ortodoxa Grega da América e Exterior. Ele "está apto para celebrar os Santos Sacramentos e foi eleito bispo para as missões no Brasil. Em breve ocorrerá sua Sagração. Deus abençoe a todos", conclui o pronunciamento.
Disputa pela presidência
No primeiro turno das eleições, Kelmon conquistou 81.129 votos (0,07%) e foi o sétimo candidato mais votado na corrida pela vaga de chefe do Executivo.
O religioso entrou de última hora no lugar do ex-deputado Roberto Jefferson, barrado pelo TSE devido à lei da Ficha Limpa. 
Kelmon chegou a intervir nas negociações de Jefferson com a Polícia Federal, em outubro, quando o ex-parlamentar teve pedido de prisão decretado após xingar a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e trocar tiros com agentes da PF.