Sede do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) será revitalizadaDivulgação

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) assinou na última quarta-feira (21) a cessão de uso do histórico Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) para o Sesc São Paulo por 35 anos. O acordo permite a conclusão das obras de reforma, a reativação das atividades e o retorno do histórico teatro à cena cultural da capital paulista. A Funarte, por sua vez, terá o direito de utilização do TBC por 30 dias de programação por ano.
O edifício será devolvido à sociedade com novo projeto arquitetônico e a programação da rede Sesc, além do desenvolvimento de atividades esportivas, de lazer e de cultura, gratuitas ou a preços populares, e também com a programação da Funarte. 
“Resgatar o TBC é trazer para a sociedade o direito de frequentar esse teatro histórico e devolver aos artistas esse palco iluminado. O Sesc tem papel fundamental nessa retomada, sendo o parceiro ideal para resgatar o teatro e sua história”, disse o presidente da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes.

O presidente do Sesc, Abram Szajman, destacou que ocupar aquele espaço histórico, tornando-o mais uma unidade da rede na capital “mostra-se como um dos mais importantes momentos para a instituição, pela ampliação da capacidade de atendimento, pelo oferecimento à população de São Paulo de mais opções para o lazer e o aprendizado permanente, em um espaço propício para o desenvolvimento humano e a prática da cidadania”.
O TBC foi fundado em 1948 por Franco Zampari, um engenheiro das Indústrias Matarazzo com apoio financeiro da burguesia paulistana. No mesmo ano, passou a abrigar a companhia de teatro homônima, fundada pelo empresário de origem italiana. A estreia se deu com a montagem, em francês, de “La Voix Humaine” (A Voz Humana), monólogo de Jean Cocteau, estrelado pela atriz franco-brasileira Henriette Morineau (1908-1990). 
O edifício-sede do teatro foi tombado, em 1982, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), ligado à Secretaria da Cultura do Estado e, em 1991, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.
Reuniu atores como Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Cacilda Becker, Paulo Autran, Tônia Carrero e Walmor Chagas. Depois, continuou funcionando como teatro autônomo até fechar as portas em 2008, para reformas.
Durante os 16 anos de existência da companhia, mais de uma centena de obras foram encenadas e passaram pelo TBC grandes nomes das artes cênicas nacionais e internacionais, entre atrizes e atores, cenógrafos e diretores.

Os anos de ouro do TBC marcaram profundamente o teatro nacional e sua modernização. Os profissionais que passaram por lá acabaram estabelecendo outras companhias importantes, como o Teatro de Arena e o Teatro dos Sete.