A ABL realizará uma Sessão da Saudade no dia 2 de março, em homenagem à autora. Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira. Era a quinta ocupante da Cadeira 30, tendo sido eleita em 27 de julho de 1989, na sucessão de Aurélio Buarque de Holanda, e foi recebida em 3 de maio de 1990 pelo Acadêmico Lêdo Ivo. Em 1996-1997, tornou-se a primeira mulher, em 100 anos, a presidir a Academia Brasileira de Letras, no ano do seu I Centenário.
Autora de mais de 20 livros, entre romances, contos, crônicas e infanto-juvenis, sua obra já foi traduzida em inúmeros países e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Entre eles, destacam-se o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (pela primeira vez para uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991; e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance "A república dos sonhos".
Último desejo
O testamento da escritora garantiu à pinscher Suzy, de 13 anos, e a chihuahua Pilara, de 3, a condição de donas de quatro imóveis em prédios de luxo à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio.
Sem filhos, marido ou parentes próximos, Nélida tinha a preocupação de que as suas duas "meninas", como gostava de chamar as cachorrinhas, mantivessem o alto padrão de vida após a sua morte. Por isso, nenhum dos apartamentos poderá ser vendido enquanto Suzy e Pilara estiverem vivas.
Segundo a secretária e amiga de Nélida, Karla Vasconcelos, de 63 anos, a escritora conseguiu realizar o desejo de se despedir das cadelas no leito do hospital CUF Descobertas, poucas horas antes de morrer.
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