Genivaldo foi morto numa bárbara ação de agentes da Polícia Rodoviária Federal em AracajuReprodução
Policial acusado de matar Genivaldo tem prisão preventiva mantida pelo STJ
Homem de 38 anos foi morto em maio deste ano após ser colocado em porta-malas de viatura com gás lacrimogênio
Brasília - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por manter a prisão preventiva de um dos policiais rodoviários acusados de matar Genivaldo Santos, de 38 anos, em maio deste ano. O caso aconteceu em Umbaúba (SE).
O nome do policial que teve indeferido o pedido de soltura não foi revelado, mas Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia são os oficiais que estão detidos no Presídio Militar de Sergipe, localizado em Aracaju.
De acordo com o ministro Rogério Schietti Cruz, o decreto de prisão preventiva contém razões suficientes para justificar a medida, demonstrando a sua necessidade com base em elementos do processo.
"Em razão da gravidade do crime e das indicadas circunstâncias do fato, as medidas cautelares alternativas à prisão não se mostram adequadas e suficientes para evitar a prática de novas infrações penais", afirmou no documento da decisão de indeferiu a revogação da detenção.
O magistrado ressaltou três fatos que comprovam a gravidade da atuação dos policiais na morte do homem de 38 anos: os oficiais foram avisados que Genivaldo tinha problemas mentais, a vítima não demonstrou resistência durante a abordagem e o uso de força e de equipamentos como a granada de gás e o spray de pimenta teria contrariado as normas do Ministério da Justiça e as instruções técnicas.
Relembre o caso
No dia 25 de maio, Genivaldo foi detido, agredido e fechado no porta-malas da viatura da PRF (Polícia Rodoviária Federal) com uma bomba de gás lacrimogêneo. Ele morreu antes de chegar ao hospital. Ele deixou mulher e um filho e oito anos.
Familiares do homem descreveram que ele atendeu aos pedidos dos policiais. Em dado momento, ele levantou a camisa e falou que levava remédios no bolso, para indicar que tinha problemas mentais.
Os agentes da PF amarraram os pés do homem e, em seguida, Genivaldo foi colocado dentro do porta-malas do veículo da PRF. O sobrinho da vítima, Wallyson de Jesus, relatou que na sequência os policiais jogaram uma "bomba de gás", como definiu o jovem, dentro do carro.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a vítima sofreu asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda. O caso aconteceu na BR-101, no município de Umbaúba.