Jair Bolsonaro em coletiva de imprensaCléber Mendes/Agência O Dia

Um site voltado para a divulgação de eventos no mundo inteiro permitiu a criação de uma agenda para a suposta posse do 2º mandato de Jair Bolsonaro (PL). Mesmo com a facilidade para forjar acontecimentos fakes, o site All Events é o primeiro destaque do Google na pesquisa. O mandatário foi derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao digitar no buscador da página "eventos em Brasília" e, antes da aba de links, aparece uma agenda mostrando a posse para um novo mandato de Bolsonaro, ou seja, um evento fake. 

O site em questão não é brasileiro e é uma espécie de rede social para marcar eventos. Qualquer usuário no mundo pode criar um perfil e fazer uma agenda ali. Por ser buscado em vários países, o All Events virou referência no buscador do Google.

A coluna criou um perfil e fez uma agenda para uma festa aleatória e inexistente. Mesmo sem precisar anexar nenhum documento comprovando que o show ocorreria e envolvendo nome de famosos, a página permitiu a criação da agenda e chegou a ser destaque no Google. Em seguida, o teste foi encerrado e o evento excluído do perfil.
Evento foi excluído da página   - Reprodução: All Events
Evento foi excluído da página Reprodução: All Events

A suposta posse de um novo mandato de Bolsonaro rapidamente se espalhou nas redes dos fãs e seguidores do atual presidente. Foi criada uma narrativa de que o golpe será confirmado e que Lula não assumirá, mesmo tendo vencido as eleições.

A divulgação em destaque do Google por parte de um evento fake é mais um capítulo das polêmicas relações das grandes corporações de web em relação ao tratamento dado à fake news. Na Europa, o Facebook chegou a ser multado enquanto, no Brasil, Alexandre de Moraes ameaçou tirar o Telegram do ar.
A verdade é que quem tomará posse no próximo domingo, 1º, será Lula, o vencedor das eleições de 2022 com 50,9% dos votos (60.345.999 votos), com 100% das urnas apuradas, o 39º presidente da República neste domingo (30) ao derrotar no segundo turno Jair Messias Bolsonaro (PL) — que teve 49,1% (58.206.354 votos) e foi o primeiro presidente não reeleito.
A disputa foi a diferença mais apertada desde a redemocratização da nossa história. Votos brancos foram 1,43% (1.769.678), e nulos, 3,16% (3.930.765). O número de abstenções chegou a 32.200.558 de eleitores (20,58%).