Jair Bolsonaro em coletiva de imprensaCléber Mendes/Agência O Dia
Ao digitar no buscador da página "eventos em Brasília" e, antes da aba de links, aparece uma agenda mostrando a posse para um novo mandato de Bolsonaro, ou seja, um evento fake.
O site em questão não é brasileiro e é uma espécie de rede social para marcar eventos. Qualquer usuário no mundo pode criar um perfil e fazer uma agenda ali. Por ser buscado em vários países, o All Events virou referência no buscador do Google.
A coluna criou um perfil e fez uma agenda para uma festa aleatória e inexistente. Mesmo sem precisar anexar nenhum documento comprovando que o show ocorreria e envolvendo nome de famosos, a página permitiu a criação da agenda e chegou a ser destaque no Google. Em seguida, o teste foi encerrado e o evento excluído do perfil.
A suposta posse de um novo mandato de Bolsonaro rapidamente se espalhou nas redes dos fãs e seguidores do atual presidente. Foi criada uma narrativa de que o golpe será confirmado e que Lula não assumirá, mesmo tendo vencido as eleições.
A divulgação em destaque do Google por parte de um evento fake é mais um capítulo das polêmicas relações das grandes corporações de web em relação ao tratamento dado à fake news. Na Europa, o Facebook chegou a ser multado enquanto, no Brasil, Alexandre de Moraes ameaçou tirar o Telegram do ar.
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