Ministério Público Federal conclui investigações de assédio sobre ex-presidente da CaixaReprodução/Alan Santos

O Ministério Público Federal (MPF) concluiu as investigações sobre denúncias de assédio sexual e moral contra trabalhadoras da Caixa Econômica Federal. Os atos teriam sido praticados pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães.

O resultado das investigações foi encaminhado à Justiça Federal há cerca de um mês. O processo ainda corre sob sigilo. Até o momento, o MPF não confirma se o ex-gestor passa por uma acusação formal ou se será condenado criminalmente.
Em setembro de 2022, a Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) pediu para auxiliar o Ministério do Trabalho (MPT) para a investigação e condenação de Guimarães e da Caixa.

As acusações contra o ex-presidente da Caixa incluíam condutas como apalpar seios e nádegas de funcionárias, além de convocá-las para seus aposentos em hotéis com pretexto profissional e as receber em trajes íntimos.

A ação também pediu a condenação criminal do ex-gestor, e um pagamento de R$ 30,5 milhões em danos morais para as mulheres, além de R$ 305 milhões da Caixa pela omissão da investigação.

Em nota, a Fenae ressaltou que há sete meses Guimarães e outros executivos da Caixa foram acusados de assédio, e não foram condenados pela Justiça. A instituição pede uma "punição rigorosa" para os acusados.
"Não vamos deixar passar sem que sejam punidos todos os envolvidos neste escândalo que, infelizmente, manchou a história da Caixa", disse em nota o presidente da Federação, Sérgio Takemoto.
De acordo com a conclusão do MPT, o número de assédio quadruplicou no banco durante a gestão do ex-presidente. Entre 2013 e 2018, a média de denúncias de assédio recebidas pela Caixa era de 80 por ano.

Guimarães fez parte do governo de Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao jornal Metrópoles, o ex-presidente afirmou não existir “nada de contundente” nas denúncias das funcionárias.

A partir da gestão de Pedro Guimarães, em 2019, até o dia 1 de setembro de 2022, a média subiu para 343 denúncias por ano – um aumento de 425%.

A nova presidente da Caixa e diretora da Fenae, Rita Serrado afirmou que "a era do assédio vai acabar", e repudiou a demora sobre a resposta dos casos. "É um escândalo vergonhoso para a história da Caixa", disse.