Encontro aconteceu no Palácio do Planalto, uma das sede depredadas no domingo, 8Divulgação/Ricardo Stuckert

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou, nesta segunda-feira, 9, uma nota em que assina junto a presidentes dos Poderes da República, cujas sedes foram invadidas e depredadas no domingo, 8. Os representantes se reuniram pela manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília, para falar sobre o ocorrido. O encontro havia sido informado previamente pela assessoria de imprensa do presidente.
Assinam o documento na companhia de Lula a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Rosa Weber, o presidente em exercício do Congresso Nacional, Vital do Rêgo — o qual responde na ausência do senador Rodrigo Pacheco — e de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. 
"Os Poderes da República, defensores da democracia e da Carta Constitucional de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de [domingo] em Brasília", inicia o texto.
"Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras. Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria", ressalta o documento.

"O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação", concluem os presidentes na nota.
Anteriormente, os líderes já haviam se manifestado, incluindo o presidente efetivo do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.
Veja os pronunciamentos anteriores
O presidente Lula decretou intervenção Federal na segurança pública do Distrito Federal até dia 31 de janeiro, e nomeou como interventor Ricardo Garcia Cappelli. Durante pronunciamento, o mandatário observou que as instituições criadas para defender a democracia precisam ser respeitadas.
"Esses vândalos, podemos chamá-los de fascistas fanáticos, fizeram o que nunca foi feito na história deste país. É importante lembrar que a esquerda já teve gente torturada, morta e nunca, nunca vi alguma notícia em algum partido de esquerda que invadisse o Congresso Nacional, a suprema corte ou o Palácio do Planalto. Não tem precedente na história do país", disse Lula.

"Vamos descobrir quem são e todos eles pagarão, com a força da lei, esse gesto antidemocrático, esse vandalismo", completou. 
Rosa Weber declarou que "não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao Estado Democrático de Direito". A magistrada acrescentou que o STF atuará "para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos".
"Os episódios verificados com as invasões dos locais que sediam os Poderes da República refletem da forma mais definida o espírito terrorista com o qual agem os derrotados democraticamente no voto, além de explicitar a participação deliberada do Governo do DF e não conter essa depredação generalizada e inadmissível", afirmou Vital do Rêgo.
Já Rodrigo Pacheco, em sua primeira fala durante os atos, disse que estava em contato com o governador do DF, Ibaneis Rocha, agora afastado, e afirmou repudiar veementemente "esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência".
"O Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira se manifestar pacificamente. Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo. Os responsáveis que promoveram e acorbetaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei", destacou Arthur Lira.
O presidente da Câmara falou ainda que "a democracia pressupõe alternância de poder, divergências de pontos de vista, mas não admite as cenas deprimentes que o Brasil é supreendido nesse momento. Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição".