Brasília reforça medidas de segurança por anúncio de novas manifestações EVARISTO SA / AFP

O governo federal determinou, nesta quarta-feira, 11, o bloqueio ao acesso à Esplanada dos Ministérios em Brasília, diante do anúncio de uma manifestação por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, três dias depois do ataque às sedes dos Três Poderes.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, informou que "barreiras de revista" e "bloqueios" foram instalados nos acessos à Esplanada dos Ministérios. Além disso, assinalou que a circulação de veículos nas avenidas adjacentes foi interrompida.
"Todo o efetivo da segurança pública mobilizado", disse Cappelli. "Não há hipótese de se repetir na capital federal [...] os fatos inaceitáveis que aconteceram no dia 8" de janeiro, acrescentou.
Cappelli foi designado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar a segurança pública de Brasília depois que, no domingo, milhares de radicais bolsonaristas invadiram e vandalizaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
As imagens, que remetem aos ataques de 6 de janeiro de 2021 no Congresso dos Estados Unidos por partidários do então presidente Donald Trump, mostram bolsonaristas rasgando quadros e destruindo mobiliário, quebrando vidraças e invadindo os gabinetes de ministros do STF, deputados e senadores e do Palácio do Planalto.
Centenas de pessoas foram detidas e, enquanto o dano ao patrimônio nacional e as responsabilidades são investigadas, apoiadores de Bolsonaro anunciaram outras manifestações para a tarde desta quarta.
Segundo Capelli, a Esplanada dos Ministérios é o local para o qual tentariam se deslocar os manifestantes nesta quarta em Brasília. Há também convocações para mobilizações em outras cidades do país nas redes sociais, sob o lema "pela retomada do poder".
"[Trata-se de] um grupo de pessoas alopradas que ainda não entenderam que a eleição acabou", assinalou nesta manhã o presidente Lula, que recebeu no Palácio do Planalto representantes do Congresso, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira.
Lula agradeceu ao Congresso a rápida aprovação de seu decreto presidencial para intervir na segurança pública no DF.
"Eu até gostaria de não pensar em um golpe, gostaria de pensar em uma coisa menor", enfatizou Lula.