Atos terroristas ocorreram na tarde do último domingo, 8, em BrasíliaAFP

Brasília - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou empresas de ônibus suspeitas de terem financiado viagens de manifestantes para participarem dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes neste domingo, 8.
Um relatório produzido pela corporação mostra que empresas de fretamento cobraram valores muito abaixo da média de mercado para levar bolsonaristas de São Paulo rumo a Brasília.
Há diversos registros de alugueis de ônibus inteiros por menos de R$ 1 mil. O trajeto é de quase mil quilômetros e dura cerca de 12 horas. A PRF estima o preço normal de uma viagem fretada de São Paulo ao Distrito Federal gire em torno de R$ 15 mil.
"Chama a atenção os valores declarados nos dados das notas fiscais nas autorizações de viagens registradas na Agência Nacional de Transportes Terrestres", afirma a corporação.
As informações foram reveladas pelo repórter Bruno Tavares, do Jornal Nacional, da TV Globo. A reportagem também teve acesso ao relatório produzido pela superintendência da PRF em São Paulo.
Uma das empresas, a Transmega Transportes e Turismo Eireli, cobrou R$ 250 por ônibus que saíram de São Pedro, Limeira e Piracicaba. Os valores constam nas ordens de serviço obtidas pela Polícia Rodoviária Federal.
A Valetur Transportes Locação e Turismo LTDA ofereceu o menor preço aos manifestantes: R$ 200 para levar 59 passageiros de Guaratinguetá, município localizado no Vale do Paraíba, a 180 quilômetros de São Paulo, mostra a nota obtida pela PRF. Há ainda outras sete companhias que cobraram menos de R$ 1 mil pelo trajeto até Brasília.
Em nota, a Valetur disse que não tem como saber qual a finalidade da locação dos veículos. A empresa confirmou que um ônibus para Brasília foi alugado, mas que não revelará o nome do contratante, cuja identificação foi encaminhada “para a PRF juntamente com a listagem dos passageiros". Além disso, a Valetur afirmou que tem a nota fiscal da locação no valor de R$ 21 mil e que jamais faria o fretamento por R$ 200.
Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com as demais empresas citadas no relatório da PRF, mas sem sucesso.