Presidente já havia exonerado outros 56 militares na terça-feira, 17Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou a lista de militares dispensados das funções de segurança da Presidência da República. Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 18, a exoneração de 14 integrantes das Forças Armadas que estavam atuando no Gabinete de Segurança Institucional. 
O GSI é responsável pela segurança do presidente e vice-presidente e também do Palácio do Planalto e das residências oficiais. Também foi exonerado o tenente-coronel da Aeronáutica Max Steinert, que ocupava a função de assessor militar na Secretaria Geral da Presidência.
Na terça-feira, 17, outros 56 militares já tinham sido dispensados, sendo que 45 cuidavam da segurança do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto.
O afastamento ocorre num contexto de "perda de confiança" em parte dos militares assumida publicamente pelo presidente Lula. "Eu perdi a confiança, simplesmente. Na hora que eu recuperar a confiança, eu volto à normalidade", admitiu Lula ao Estadão, quando questionado sobre se sentir ameaçado.
Até o fim desta semana, o presidente terá encontro com os comandantes das Três Forças. Na conversa, deverá falar dos atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro em Brasília, e voltar a insistir que as Forças Armadas não devem ser partidarizadas, como ocorreu na gestão de Jair Bolsonaro.

Também na terça-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que as exonerações atingiram cargos de "extrema confiança" e avisou que outras demissões estão por vir. "O grosso das nomeações e exonerações será feito a partir do dia 23 [de janeiro] até fim do mês. Tem muita gente para sair e entrar".
"O governo que saiu tem pouca ou nenhuma sintonia com o que entrou, o pensamento em todas as áreas é muito diferente, portanto não poderíamos conviver com os mesmos assessores. Alguém achava que íamos manter os assessores do governo anterior? Não é razoável que fosse assim. O regime de governo mudou. Se mudou a filosofia, mudou o conteúdo, então tem que mudar quem está implementando isso", afirmou Costa.