"Quem matou meus parentes foi Jair Bolsonaro", afirma líder YanomamiReprodução
Kopenawa relembrou como Bolsonaro atuou junto dos interesses dos interesses dos garimpeiros, além de ter 'ido embora' e não dado atenção aos indígenas quando a crise veio a público.
"Quem matou meu parente, meus irmãos, minha família foi o presidente Jair Bolsonaro", diz Davi Kopenawa
O líder indígena afirma que nos últimos quatro anos cerca de 70 mil garimpeiros invadiram as terras Yanomami e com eles vieram as doenças, que suspostamente são causadas pelo uso ilegal de mercúrio na atividadade.
Veja a entrevista na íntegra nas redes sociais da Apib - Articulação dos povos indígenas do Brasil.
"Yanomamis estão morrendo com doença de garimpo"
- "O povo não indígena 'tá' falando que a criança yanomami está morrendo de fome. Mas eles não estão morrendo de fome. Eles estão morrendo de doença do garimpo, garimpo ilegal, que 'entrou' 70 mil garimpeiros na terra Yanomami... O pai e a mãe morrem e a criança fica abandonada"
- "A terra yanomami é demarcada mas, não há respeito. Eles estão adoentados porque não têm medicamento. Medicamento não está mais chegando na Sesai. Sesai é o governo"
- "O governo passado não se mexeu. Não se preocupou. Deixou nossos filhos ficarem doentes, adoecer e morrer. Não é só criança. Nossas mães, nossos pais foram a óbito e a criança ficou sem nada. Então, eles não conseguem caçar, procurar comida"
- "Os garimpos ficam perto das malocas, da comunidade, passam e ficam dando resto de comida. Garimpo não vai curar meu povo. Garimpo mata qualquer pessoa"
- "Isso é culpa do governo. Culpa do político, do empresário que compra ouro, também está junto com ele [garimpo] e quem está financiando isso? Dinheiro só para matar meu povo? Isso não é bom não"
- "Quem matou meu parente, meus irmãos, minha família foi o presidente Jair Bolsonaro"
- "Quatro anos ele ficou junto com os garimpeiros. Levou a doença. Até deixou entrar o corona vírus, malária, gripe, desinteria e outra doença, fome. Foi ele que matou. Ele matou e foi embora. Se ele não tivesse matado, ele estaria junto conversando comigo"
- "Eu estou sempre ameaçado. Eu meu filho. Meu colegas e outras parentes, Munduruku, Kayapo. Nós temos três terras diferentes onde eles querem colocar a obra do governo e os garimpeiros ficam com raiva. Nós denunciamos, então eles vem perseguindo com ameaças".
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