Brasília - A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou nesta segunda-feira, 6, que será candidata ao governo do Distrito Federal em 2026. Em publicação nas redes sociais, Michelle afirmou que não tem pretensão de concorrer a cargos eletivos. No vídeo, ela provoca a oposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e insinua que a possível candidatura seria uma 'dor de cabeça' à esquerda brasileira, que tem no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seu maior líder.
"Oposição, fiquem tranquilos (sic). Eu não tenho nenhuma intenção de vir candidata a nenhum cargo eletivo", publicou Michelle.
Oposição fiquem tranquilos, eu não tenho nenhuma intenção de vir candidata a nenhum cargo letivo.
Nova presidente do PL Mulher, a ex-primeira-dama estreou no cargo, com salário de R$ 39 mil, na articulação pela eleição de Rogério Marinho (PL-RN) para a Presidência do Senado. O candidato, no entanto, foi derrotado pelo adversário Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reeleito para mais um mandato de dois anos.
Surpreso com a popularidade de Michelle durante as eleições de outubro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a convidou para comandar o PL Mulher, de olho no próximo ciclo eleitoral. A candidatura ao governo do Distrito Federal é avaliada. Com o marido de férias em Orlando, nos Estados Unidos, e sem previsão de volta ao Brasil nos próximos seis meses, período de validade do visto de turismo, Michelle é uma das principais apostas do PL para manter o bolsonarismo vivo.
O encontro da ex-primeira-dama com a cúpula da legenda em um jantar promovido para apoiar a candidatura de Rogério Marinho à presidência do Senado foi determinante para o surgimento da ideia. O PL quer usar o poder de influência de Michelle, em especial entre os eleitores evangélicos. Na visão da cúpula da legenda, a ex-primeira-dama foi decisiva na votação expressiva de Jair Bolsonaro entre as mulheres e a principal cabo-eleitoral de Damares Alves (Republicanos-DF) na corrida para o Senado.
O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, ainda ressaltou aos aliados que a presença de Michelle no Senado para acompanhar a disputa pela presidência da Casa foi importante para angariar votos a Rogério Marinho, apesar do número de votos aquém do esperado. No entanto, os planos de Valdemar pode esbarrar nas pretensões do clã Bolsonaro.
A possível candidatura da ex-primeira-dama divide a família e tem 'votos' contrários de dois de seus enteados: o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do caçula Renan Bolsonaro, desafetos públicos da madrasta. À frente do PL Mulher, Michelle ganhará um escritório na sede do partido, em Brasília, mesmo local que pode abrigar o marido, que corre o risco de ficar inelegível. Alvo do inquérito que apura os atos de vandalismo golpista no dia 8 de janeiro, o ex-presidente, que perdeu prerrogativa do foro privilegiado, responde a 16 ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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