Bolsa Família: Dias afirma que 2,5 milhões recebem benefício de forma irregular
Equipe orçamentária crê que pente-fino em curso pode garantir economia de cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos
Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias afirma indícios de irregularidade na distribuição dos recursos do Bolsa Família - José Cruz/Agência Brasil
Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias afirma indícios de irregularidade na distribuição dos recursos do Bolsa FamíliaJosé Cruz/Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), revelou nesta quinta-feira, 9, a existência de sólidos indícios de que cerca de 2,5 milhões de beneficiários recebem o Bolsa Família de forma indevida. O número representa mais de 11% do total de contemplados pelo programa. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estima despesas acima de R$ 18 bilhões para financiar em 2023, além do Bolsa Família, iniciativas como o Auxílio Gás dos Brasileiros e o Minha Casa, Minha Vida.
Durante visita a uma unidade da Cozinha Solidária, projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), no Distrito Federal, Dias reiterou que o governo realiza um 'pente-fino' nos dados de beneficiários cadastrados no Bolsa Família, que deve ser concluída ainda neste mês. Membros da equipe orçamentária creem que a revisão pode garantir uma economia de cerca de R$ 10 bilhões aos cofres públicos
"Temos um foco de mais ou menos 10 milhões de beneficiários que estão na linha da avaliação dessa revisão do cadastro. Acreditamos que mais ou menos 2,5 milhões destes que recebem têm grandes indícios de irregularidade... Temos, infelizmente, pessoas com renda elevada, com nove salários mínimos, recebendo Bolsa Família. E pessoas sem renda, com fome, que não conseguem. É mais do que uma atualização de cadastro, é justiça social", completou o ministro.
Wellington Dias ainda classificou como "bagunça" o cenário herdado no Cadastro Único após a gestão de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente é acusado de permitir a entrada de famílias de forma indevida no chamado de Auxílio Brasil para conseguir votos do eleitorado de baixa renda.
"Foi desmantelado o cérebro do Cadastro Único. É como se tivesse uma bagunça para perder o controle", disse Dias.
De acordo com o governo, os candidatos ao benefício devem atender critérios como situação de extrema pobreza (renda familiar mensal per capita de até R$ 105), situação de pobreza (renda familiar mensal per capita de até R$ 210), situação de emancipação (quando o beneficiário passa a ter emprego formal, mas pode seguir no programa por até dois anos se a renda familiar mensal per capita não superar R$ 525).
A comprovação de vacinação em dia das crianças e de frequência escolar voltam a ser exigências para acessar o Bolsa Família.
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