Vacinação é a melhor maneira de evitar o agravamento da doençaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Brasil teve dia sem nenhuma morte por covid-19? Entenda
Marca pode representar nova desaceleração da doença, mas não significa, necessariamente, a ausência de vítimas
O Brasil teve neste domingo, 12, o primeiro dia com zero mortes por covid-19 notificadas desde o início da pandemia, segundo dados reunidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A marca pode representar uma nova desaceleração da doença, mas não significa, necessariamente, a ausência de vítimas naquele dia. Isso ocorre porque a data do registro nem sempre coincide com o dia da ocorrência e a maioria dos Estados (15, incluindo São Paulo e Minas, os dois maiores) deixou de atualizar os dados nos fins de semana - o que era feito nos períodos mais críticos da crise sanitária.
A média móvel de mortes chegou a 45 neste domingo, o menor patamar desde novembro do ano passado. Entre dezembro e janeiro, a doença passou por leve alta, quando o índice chegou a quase 150 registros, mas freou novamente neste mês. A média móvel de infectados está em 9,1 mil, menos de um terço da taxa apresentada nos primeiros dias do ano. Especialistas, porém, apontam para alto índice de subnotificação, uma vez que a maioria das pessoas deixou de fazer testes quando os sintomas são leves.
Ainda de acordo com os médicos, a vacinação (incluindo com as doses de reforço) é a melhor maneira de evitar o agravamento da doença, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis, como idosos, pacientes imunocomprometidos e grávidas.
Conforme o Conass, o consolidado dos óbitos informados pelas Secretarias Estaduais de Saúde totalizou zero óbitos pela primeira vez desde os primeiros dias da pandemia, em março de 2020. Mas a entidade faz a ressalva de que "não é possível afirmar que não houve óbitos neste dia". Eles podem ser confirmados nos próximos dias ou até semanas.
"Os dados de óbitos divulgados são referentes aos óbitos informados após a confirmação da investigação e dos exames laboratoriais, o que gera intervalo entre a ocorrência do óbito e a sua informação", diz o conselho. Nos últimos anos, o Brasil enfrentou alguns episódios de represamento de dados por causa das falhas em sistemas do Ministério da Saúde, o que criou distorções quanto ao real avanço da pandemia no País.
Após a repercussão do dado deste domingo nas redes sociais, o Conass também diz ser importante considerar que a maior parte dos Estados não está divulgando os dados de casos e óbitos nos fins de semana e feriados, mas nas segundas-feiras. A medida, segundo a entidade, não gera prejuízo ao acompanhamento epidemiológico da doença no País - a forma recomendada para acompanhar as estatísticas é a média móvel.
Ao todo, segundo o conselho, 15 unidades federativas adotaram a prática de não computar os dados fora dos dias úteis, com a desaceleração da covid: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, São Paulo e Tocantins.
Casos seguem em desaceleração na maioria dos Estados
De acordo com boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado na última semana, a maioria dos Estados seguem com queda ou estabilização de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Das 27 unidades federativas, apenas Acre, Amazonas, Espírito Santo e Pernambuco apresentam crescimento na tendência de longo prazo.
O documento indica que, no período recente, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,3% para influenza A; 1,1% para influenza B; 24,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 61,7% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 2% para influenza A; 0,5% para influenza B; 5% para VSR; e 91% para Sars-CoV-2.
Segundo dados do Conass, o País registrou 697.974 mortes por covid desde o início da pandemia. O número total de diagnósticos positivos para a doença é de 36,9 milhões.
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