Segundo a PF, dinheiro chegava por terra a Roraima, e ouro saía em aeronavesDivulgação: Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 14, a operação Avis Aurea, com o objetivo de investigar uma organização criminosa que estaria envolvida com a compra de ouro ilegal e inibir a atuação nas Terras Indígenas Yanomami. São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Roraima, São Paulo e Goiás, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal de Roraima. Na nova ação, grupo teria movimentado R$ 420 milhões em cinco anos.
Entre os investigados na operação, ha empresários, advogados e um servidor público de Boa Vista. Uma das empresas suspeitas de participar do esquema já esteve envolvida em uma ação da PF que apreendeu 111 quilos de ouro em um avião em Goiânia, capital de Goiás, em 2019.
Segundo a corporação, as investigações tiveram início após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que apreendeu mais de R$ 4 milhões em espécie em um veículo no município de Cáceres, no Mato Grosso. Em inquérito policial, a PF identificou que os valores seriam apenas uma parcela, inserida em um contexto de sucessivas aquisições de ouro em Roraima.
O estado é palco de um longo escândalo envolvendo garimpo ilegal, invasão em terras indígenas e abusos dos direitos direitos humanos. Parte da organização estaria baseada em Roraima e receberia valores de pessoas físicas e jurídicas de outros locais com objetivo de adquirir ouro de garimpos ilegais.
O dinheiro seria movimentado, principalmente, por via terrestre, saindo das regiões Sudeste e Centro-Oeste com destino à Boa Vista, em viagens que poderiam demorar mais de uma semana. Já para a saída do ouro de Roraima, o grupo contaria com o apoio de um funcionário de uma companhia aérea que auxiliaria o despacho do mineral. O nome da companhia não foi divulgado.