Jair Bolsonaro removeu 20 ações que estavam nas mãos da AGU e contratou advogados particulares para defendê-lo de ações no STF e TSEJoédson Alves

Brasília - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou advogados particulares para defendê-lo em 20 processos. Essas ações, que tramitam no Supremo Tribunal Federal, estavam nas mãos da Advocacia-Geral da União (AGU). O órgão parou de representá-lo porque há incompatibilidade entre a defesa pela AGU e a por advogado privado.
A entidade não permite a representação judicial do agente público pela Advocacia-Geral da União e pela Procuradoria-Geral Federal no momento em que há "o patrocínio concomitante por advogado privado".

Um dos processos que circula no STF é a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. O relator é o ministro Alexandre de Moraes. Outro inquérito contra o ex-presidente é o vazamento de dados sigilosos da ação feita pela Polícia Federal envolvendo as urnas eletrônicas.

Na ocasião, o TSE afirmou que o vazamento era uma tentativa de "ampliar a narrativa fraudulenta contra o processo eleitoral, para tumultuar, dificultar, frustrar ou impedir seu pleno funcionamento, atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios, caráter duvidoso sobre a lisura do sistema de votação no Brasil".

Bolsonaro nos EUA

Jair Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro do ano passado, não entregando a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele segue em Orlando, Estados Unidos, e planeja voltar a Brasília em março, após receber garantias de seus advogados de que não será preso, por ora. O ex-presidente também precisa passar por um procedimento cirúrgico.

Enquanto isso, ele está no centro de mais uma polêmica. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho, disse na sexta-feira, 17, que existe registro de vacinação contra a covid-19 no cartão de Bolsonaro. Ele também relatou que o órgão apura se o cartão foi adulterado para acrescentar o imunizante.

Em entrevista para a 'CNN Brasil', o ministro do governo Lula confirmou que há uma troca de ofícios entre o Ministério da Saúde e a CGU questionando se o ex-chefe do Executivo federal recebeu a vacina Janssen no dia 21 de julho de 2021, em São Paulo, período em que o país enfrentava uma grave crise sanitária.

"Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar", disse.