Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente Jair Bolsonaro tiveram queixas por retardar a vacinação infantil pela PGRFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Brasília - O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, neste sábado, 18, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se vacinou contra a covid-19. Na opinião dele, o registro da vacinação no sistema do Sistema Único de Saúde (SUS) pode ter sido obra de um hacker.

"(Jair) Bolsonaro jamais diria que não tomou vacina tendo tomado. Jamais faria isso. Bolsonaro tomar vacina escondido, isso não existe. Na minha opinião, um hacker entrou lá e incluiu essa informação", disse Queiroga à 'CNN Brasil'.

Quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Queiroga revelou que foi identificado, em dezembro do ano passado, uma suposta violação no cartão de vacina do ex-presidente, que sempre questionou a eficácia dos imunizantes e propagava o tratamento precoce a base de cloroquina como 'solução', sem comprovação científica ou aval do próprio Ministério da Saúde.
Por conta da suspeita da veracidade das informações registradas no banco de dados do SUS, a Controladoria Geral da União (CGU) foi notificada. O então ministro do órgão, Wagner Rosário, determinou abertura de investigação e a apuração começou no dia 30 do mesmo mês.

CGU confirma registro de vacina
O ministro da CGU, Vinicius Carvalho, disse na sexta-feira, 17, que existe registro de vacinação contra a covid-19 no cartão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também relatou que o órgão apura se o cartão foi adulterado para acrescentar o imunizante.

Em entrevista para a 'CNN Brasil', o ministro do governo Lula confirmou que há uma troca de ofícios entre o Ministério da Saúde e a CGU questionando se o ex-chefe do Executivo federal recebeu a vacina Janssen no dia 21 de julho de 2021, em São Paulo, período em que o país enfrentava uma grave crise sanitária.

"Esse registro existe. Pelo menos pelo que a gente sabe das informações. Se isso está em um ofício da CGU, a CGU não faz uma pergunta à toa. Se esse registro está em um ofício da CGU, eu não tenho como negar", disse Carvalho.

Agora há uma investigação para saber se a informação foi adulterada. O ministro relatou que, por causa de uma denúncia realizada no ano passado, iniciou-se uma apuração sobre o caso no fim de dezembro.

"Se há anotações no cartão de vacina dele [Bolsonaro], do DataSUS, de que ele se vacinou e se houver uma inserção indevida de anotações sobre a vacina dele, seja no sentido de colocar informações de que ele se vacinou ou de retirar informações relativas à sua vacinação, nossa expectativa é que, com a apuração, a gente descubra se isso aconteceu", relatou o ministro.