MPF decide apoiar Operação Curupira, alvo de grupo ligado a crimes ambientaisReprodução/PF

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu "acompanhar e apoiar" a Operação Curupira, de combate ao desmatamento e outros crimes ambientais no sudeste do Pará, após tentativa de articulação para expulsão da força-tarefa que fiscaliza a área. Áudios atribuídos a lideranças locais convocaram a "população de bem" para um evento contrário à ofensiva, chegando a classificar as ações da Curupira como "atos terroristas".
O contra ataque à operação incluiu o anúncio da participação de políticos como o senador Zequinha Marinho (PL-PA), do deputado federal Caveira (PL-PA) e do deputado estadual Toni Cunha. Um áudio em que a "audiência pública" é anunciada com a presença dos parlamentares alega que o "pessoal da fiscalização" está "tocando o terror" nas regiões.
A Procuradoria no Pará diz que vai ajudar na "identificação de áreas de garimpo ilegal e trocar informações com outras instituições para garantir a eficiência das investigações e para responsabilizar autores de ilegalidades, incluindo eventuais tentativas de barrar os trabalhos de fiscalização".
A avaliação da Procuradoria é que, apesar de a ofensiva se concentrar em Unidade de Conservação Estadual e ser de iniciativa do governo do Pará, "indícios de exploração indevida de matéria prima pertencente à União denota possível competência federal".
"Por isso, é necessário o acompanhamento das operações pelo Ministério Público Federal", sustentam os procuradores. A Operação Curupira foi anunciada pelo governo do Pará no último dia 15. A ofensiva tem base permanente - uma unidade instalada entre os municípios de São Félix e Altamira, na Área de Preservação Ambiental Triunfo do Xingu.
Segundo o governo estadual, a Curupira visa combater desmatamento ilegal, exploração ilegal de recursos naturais, degradação ambiental e incêndios florestais. A ação ainda tem previsão de ser estendida para os municípios de Uruará e Novo Progresso, com a implantação de mais duas novas bases fixas.
As fiscalizações são executadas por agentes das Polícias Militar, Civil e Científica, do Corpo de Bombeiros Militar, além de servidores das Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da Fazenda e da Agência de Defesa Agropecuária do Pará.