Renan atua como 'Auxiliar Parlamentar Pleno' no gabinete do senador Jorge Seif (PL-SC)Reprodução/Redes Sociais

Renan Bolsonaro, um dos filhos do ex-chefe do Executivo do Brasil, enalteceu, nesta quinta-feira, 9, o discurso transfóbico que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez na Câmara dos Deputados.

Nas suas redes sociais, além de compartilhar o vídeo com a fala preconceituosa do parlamentar, Renan o parabenizou, afirmando que Nikolas fez um "discurso incrível" na data em que se comemorou o Dia da Mulher.

"Ontem o Dep. Nikolas fez um discurso incrível no dia Internacional da Mulher, acertando em cheio os hipócritas da esquerda! Parabéns Deputado!", escreveu o filho do ex-presidente.


Entenda o caso
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um discurso transfóbico durante uma seção na Câmara dos Deputados realizada nesta quarta-feira, 8. A fala foi feita na data em que é comemorado o Dia Internacional das Mulheres.

O parlamentar começou o discurso dizendo a esquerda tinha dito que ele não poderia falar sobre a data, porque não teria "local de fala". Na sequência, Nikolas colocou uma peruca loura e disse que passava a se sentir uma mulher: "deputada Nicole".

"Eu tenho algo aqui muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. E para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, vocês podem perguntar, qual o perigo disso, deputada Nicole. Sabe por quê? Por que eles estão querendo colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade", disse o deputado bolsonarista.

MP pede que Câmara abra investigação
O Ministério Público Federal enviou uma representação à Câmara determinando que a Mesa Diretora faça uma apuração sobre a conduta do deputado Nikolas Ferreira.

“Represento, ainda, pelo encaminhamento, à Câmara Federal, de requerimento a ser apreciado pela Mesa Diretora da Casa, a fim de apurar a suposta violação ética, nos termos do art. 9o do mencionado código, devendo-se salientar que, se a legitimidade para o requerimento é outorgada a qualquer cidadão, com mais razão, pode o Ministério Público, mormente no exercício das funções de procurador dos direitos do cidadão (art. 12, LC 75/93), adotar tal medida”, escreveu a procuradora Luciana Loureiro, do MPF-DF.

A transfobia está equiparada ao crime de racismo após decisão do Supremo Tribunal Federal em 2019. Por conta disso, a procuradora determinou que a Câmara avalie se houve violações de éticas do deputado.