Promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco de Presidente PrudenteDivulgação/Alesp
"Não é surpresa para mim. Convivo com isso há mais de quatro anos. Desde que fiz a remoção (de Marcola, líder da facção, para o presídio federal), minha vida virou de cabeça para baixo. Quase mensalmente tem um plano para me matar", afirma o promotor que investiga a facção há 18 anos.
Segundo Lincoln, as lideranças da facção ficaram particularmente incomodadas com o fim da visita íntima nos presídios federais. "Os presos odeiam o Moro por causa disso. Por causa da portaria que proíbe isso no sistema federal. A ordem veio de lá. Creio que queriam um sequestro, mas poderia ser execução também."
Após a descoberta, o promotor acionou a Polícia Federal e a polícia legislativa do Senado. Logo depois, em janeiro, as investigações começaram. O setor responsável na facção pela articulação do plano é chamado de “setor de sintonia restrita”, conhecido como " departamento de homicídios e atentados” da facção, conta Lincoln. “Estamos vendo a ousadia desses criminosos. Criaram um setor para isso. Alugaram casas, chácara. É algo estarrecedor. Sou mais um dos alvos. Mas minha maior surpresa foi ser também contra o Moro", completou o promotor.
Nesta quarta-feira (22) a Polícia Federal deflagrou Operação Sequaz que investiga o grupo. “A gente conseguiu muito rapidamente fazer a investigação. Foi um trabalho conjunto. Em 45 dias a investigação estava concluída", declarou.
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