Suspeito de planejar a morte de Moro deixou a prisão no ano passado
Integrante do PCC, Forjado está foragido, e PF confirma nove prisões na região de Campinas
Integrante do PCC, Forjado deixou a penitenciária federal de Brasília em fevereiro de 2022 após redução da pena de 15 anos e dez meses - Divulgação/Polícia Civil
Integrante do PCC, Forjado deixou a penitenciária federal de Brasília em fevereiro de 2022 após redução da pena de 15 anos e dez mesesDivulgação/Polícia Civil
São Paulo - Patrik Uelinton Salomão, 42, conhecido como Forjado, é um dos alvos da operação deflagrada nesta quarta-feira, 22, pela Polícia Federal para prender integrantes do PCC investigados que planejavam a morte do senador Sergio Moro (União Brasil) e de outras autoridades. Dos nove presos até o momento, seis foram detidos na região de Campinas.
Forjado, é integrante do PCC e deixou a penitenciária federal de Brasília em fevereiro do ano passado, após cumprir pena. Hoje, ele é considerado foragido. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Forjado está abaixo apenas da liderança máxima da organização. Ele foi condenado a um total de 15 anos e dez meses de prisão e deixaria a prisão apenas 14 de setembro deste ano, mas a pena foi reduzida.
Policiais civis disseram ainda que sair da cadeia, Forjado foi morar em uma cobertura na capital de São Paulo. Após a mudança, ele começou a ser monitorado por agentes. Nesse intervalo, ele se mudou para o Paraná, voltou para São Paulo e agora é considerado foragido.
Na ação deflagrada nesta quarta, chamada de Operação Sequaz, foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Sete mandados de prisão preventiva (três em Sumaré), e quatro mandados de prisão temporária contra suspeitos, entre eles, um no Guarujá e outro em Presidente Prudente.
Após a divulgação da ação policial, o senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou, por meio de sua assessoria, que era um dos alvos dos criminosos.
"Sobre os planos de retaliação contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado", escreveu Moro.
Os criminosos pretendiam realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação.
Até o momento, foram confirmados mandados contra os seguintes suspeitos: Claudinei Gomes Carias, Franklin da Silva Correa, Herick da Silva Soares, Janeferson Aparecido Mariano, Patrick Uelinton Salomão, Valter Lima Nascimento, Reginaldo Oliveira de Sousa e Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan.
Lincoln Gakiya
Além do ex-juiz Sergio Moro, outro alvo da facção criminosa era o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente. Em 2019, o governo federal e de São Paulo transferiram Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e mais 21 integrantes do PCC para penitenciárias de segurança máxima do país. Na época Sérgio Moro ainda era ministro de Segurança Pública do governo Bolsonaro.
A transferência dos criminosos ocorreu após o Ministério Público descobrir um plano da facção para resgatar os principais líderes que estão presos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior do estado de São Paulo.
O pedido para que os líderes do PCC fossem transferidos foi feito pelo promotor Lincoln Gakiya que, desde então, se tornou alvo de ameaças de morte.
Segundo a PF, os suspeitos pretendiam "realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro". Os agentes identificaram, ainda, que os ataques criminosos poderiam ocorrer de forma simultânea.
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