Odebrecht foi uma das empreiteiras que firmaram acordos de leniência Rovena Rosa/Agência Brasil
O Inac enviou um ofício Amicus Curiae, quando uma entidade pode fornecer subsídios jurídicos para uma decisão. O documento é uma resposta a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impetrada pelos partidos PSOL, PCdoB e Solidariedade.
“Eles dizem a Lava Jato quebrou a economia do país. Eles vêm nessa mesma linha e dizem: ‘olha, são acordos muito ruins para a economia do país. Eles precisam ser anulados porque eles são danosos’”, explica o Roberto Livianu, presidente do Inac e promotor do Ministério Público de São Paulo.
Os partidos ainda afirmam haver registros de abusos no cálculo de multas para as empreiteiras e registros de fatos desqualificados como ilícitos. As legendas ressaltam que os acordos foram firmados sob coação.
Livianu, porém, rebate as justificativas dos partidos e ressalta que os acordos foram analisados pelo Supremo. Ele ressalta que as empresas foram assessoradas pelos melhores advogados do país e que não houve denúncias de coação no período de negociações.
O processo pode impactar os acordos de ao menos cinco empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato: Odebrecht (hoje NovoNor), OAS (hoje Grupo Metha), Andrade Gutierrez, UTC e Camargo Corrêa.
Livianu lembra que, se Mendonça optar pelo fim dos acordos, o Brasil está infringindo um acordo internacional, que determina a punição para casos de corrupção. O promotor ainda vê possível insegurança jurídica com a anulação das indenizações.
“Esse questionamento coloca em xeque a segurança jurídica. Você celebra um acordo, representado pelos melhores advogados, submete o acordo ao Supremo Tribunal Federal, o STF homologa esse acordo e agora querem anular. É afrontosa [a ideia] a convenção internacional da qual o Brasil subscritor”.
Até o momento, R$ 1 bilhão foram devolvidos com os acordos de leniência, segundo a Controladoria-Geral da União (CGU)
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